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Coronavirus

- Publicada em 10 de Março de 2021 às 11:20

Hospital Moinhos de Vento abriu 40 leitos de UTI em 2021, mas já chega a 160% de ocupação

Avanço no número de internações de pessoas com menos de 60 anos e aumento da ocupação do Centro de Terapia Intensiva seguem preocupando a direção

Avanço no número de internações de pessoas com menos de 60 anos e aumento da ocupação do Centro de Terapia Intensiva seguem preocupando a direção


JOYCE ROCHA/JC
Desde o início da pandemia, o Hospital Moinhos de Vento abriu 50 novos leitos de terapia intensiva, sendo 40 só em 2021. São vagas de retaguarda, previstas no plano de ação elaborado em fevereiro de 2020, pelo Comitê de Enfrentamento do Coronavírus, antes mesmo do primeiro caso confirmado no Rio Grande do Sul. O hospital segue com 160,61% de lotação na manhã desta quarta-feira (10) e teve de contratar um contêiner na semana passada para receber corpos de vítimas da Covid-19.
Desde o início da pandemia, o Hospital Moinhos de Vento abriu 50 novos leitos de terapia intensiva, sendo 40 só em 2021. São vagas de retaguarda, previstas no plano de ação elaborado em fevereiro de 2020, pelo Comitê de Enfrentamento do Coronavírus, antes mesmo do primeiro caso confirmado no Rio Grande do Sul. O hospital segue com 160,61% de lotação na manhã desta quarta-feira (10) e teve de contratar um contêiner na semana passada para receber corpos de vítimas da Covid-19.
Para cuidar dos pacientes, desde o último trimestre de 2020, foram contratados 330 profissionais — 50 médicos, 32 enfermeiros, 180 técnicos de enfermagem e 20 fisioterapeutas, entre outros colaboradores —, além do preenchimento de vagas regulares do quadro da instituição.
De acordo com o Superintendente Executivo, Mohamed Parrini, é necessário abrir esses números para mostrar a dimensão do que as instituições de saúde estão enfrentando. “Iniciamos a pandemia com 56 leitos de terapia intensiva, encerramos 2020 com 66 e, agora, estamos com 106. Mas, para conseguirmos nos adaptar rapidamente, dentro do cronograma, é preciso de método e disciplina”, destaca Parrini.
Em nota, o hospital informou que a estrutura física do hospital precisou ser adaptada para comportar a expansão do Centro de Terapia Intensiva. Áreas de internação clínica e cirúrgica foram convertidas em espaços para atendimento a pacientes com COVID-19. E para ter profissionais voltados a cuidar deles, os investimentos incluem um acréscimo de 33% no tempo de dedicação dos médicos intensivistas, que saltou de 8 mil horas ao mês para 12 mil. Anestesistas também foram adicionados à equipe para suprir a necessidade.
O planejamento consistente e a contínua adaptação para expandir a capacidade de atendimento aos pacientes — muitos dos quais vêm até de outras cidades e estados — garantiram índices de recuperação acima da média e baixa mortalidade. “Somos muito rigorosos na execução do plano de ação. Estamos trabalhando nesta pandemia e realizando expansões e adaptações do hospital há um ano. Mas não assumimos cronogramas que não vamos conseguir cumprir. Primeiro, executamos, fazemos funcionar e, depois, divulgamos”, afirma o superintendente executivo.

Principal desafio é enfrentar a exaustão das equipes da linha de frente, salienta superintende médico 

Segundo o superintendente médico do Hospital Moinhos de Vento, Luiz Antonio Nasi, os maiores desafios no momento são a exaustão das equipes que atuam nas áreas de atendimento a pacientes com Covid-19 e a busca contínua por novos profissionais para atender as ampliações que o Hospital Moinhos de Vento tem realizado nos últimos meses. “Não basta investirmos em novos equipamentos e expansão de áreas físicas. Precisamos encontrar profissionais qualificados para o atendimento de pacientes críticos, que atuem em terapia intensiva”, reforça Nasi.
Superintendente assistencial, Vania Röhsig pondera que, mesmo com todos os esforços, há limites. “Para cada dez leitos de UTI, a instituição precisa contratar aproximadamente mais 60 profissionais de diferentes especialidades. E, ainda, equipes de alimentação, limpeza e esterilização. Contratamos 330 novos colaboradores e ainda temos 280 vagas abertas, com dificuldade para preenchê-las. Além de investimentos em infraestrutura física e tecnológica, como aquisição de equipamentos como respiradores e monitores, para o tratamento do ar, material de enfermagem específico, treinamento de pessoas”, pontua Vania.

Chegada de casos mais graves e de pacientes mais jovens preocupa

Outra preocupação apontada pela direção é a mudança no perfil dos pacientes e de comportamento do vírus. As internações de pessoas com menos de 60 anos representam 44% dos casos no hospital. No boletim do dia 8 de dezembro, há três meses, essa proporção era de 25%.
Ao mesmo tempo que a faixa etária diminuiu, a complexidade dos quadros clínicos, a gravidade e a letalidade da doença estão maiores. A taxa de ocupação de leitos do Centro de Terapia Intensiva passou de 115,15%, em 28 de fevereiro, para 145,45%, no dia 8 de março.
“Hoje, 60% dos nossos pacientes são casos de COVID-19, a ainda estamos com mais 15 pacientes em média na Emergência, aguardando leitos de terapia intensiva. E, por isso, precisamos continuar nos preparando, pois o futuro está incerto.”, acrescenta Mohamed Parrini.
Outro dado que alerta é a mortalidade geral por Covid-19: no ano passado, era de 10%, saltando para 19%, em fevereiro deste ano. Se a análise for apenas de pacientes que necessitaram de terapia intensiva, a elevação na taxa de óbitos passou de 28%, em 2020, para 44,4%, em fevereiro de 2021.
Desde o início da pandemia, foram atendidos cerca de 22 mil pacientes na Emergência, dos quais 36% testaram positivo. A proporção de pacientes que precisaram de internação hospitalar foi de 25%. Por dia, são internadas em média 15 pessoas com Covid-19.
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