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Coronavirus

- Publicada em 16 de Julho de 2020 às 12:03

RS tem aumento de mortes por Covid-19 três vezes maior que o Brasil

Escalada da pandemia com a chegada do inverno era esperada no Estado

Escalada da pandemia com a chegada do inverno era esperada no Estado


Silvio Avila/AFP/JC
Juliano Tatsch
A terça-feira, 14 de julho, marcou o dia mais trágico da pandemia do novo coronavírus no Rio Grande do Sul. A Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS) registrou 65 óbitos em razão da Covid-19 em território gaúcho nas 24h entre o dia 13 e o dia 14. O número reforçou a tendência de recrudescimento da gravidade do quadro no Estado, algo que pode ser confirmado por meio de outros números.
A terça-feira, 14 de julho, marcou o dia mais trágico da pandemia do novo coronavírus no Rio Grande do Sul. A Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS) registrou 65 óbitos em razão da Covid-19 em território gaúcho nas 24h entre o dia 13 e o dia 14. O número reforçou a tendência de recrudescimento da gravidade do quadro no Estado, algo que pode ser confirmado por meio de outros números.
Em um período de dez dias, entre os dias 5 e 15 deste mês, o Rio Grande do Sul registrou um aumento de 51,4% nas mortes causadas pela pandemia – salto de 727 para 1.101 vítimas fatais. No mesmo período, o aumento nas mortes no Brasil foi de 16,1% (de 64.867 para 75.366). São Paulo, o estado mais afetado pela doença, teve um crescimento de 15,9% nos falecimentos nos dez dias analisados – de 16.078 para 18.640.
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A análise dos dez dias anteriores reforça a percepção de que a Covid-19 ganha corpo e letalidade entre os gaúchos em um ritmo mais veloz do que a maior parte do País. Entre 25 de junho e 5 de julho, o incremento nas mortes causadas pela doença no Estado foi de 41,1% (passou de 515 para 727 óbitos). No Brasil, o aumento foi de 18% e, em São Paulo, de 16,8%.
Para se ter uma noção do que representaram as 65 mortes de terça-feira, o número é 15 vezes maior do que a média diária de mortes no trânsito ocorridas no ano passado nas ruas, avenidas e rodovias gaúchas e 12,5 vezes superior à média diária de pessoas que perderam a vida por violência em 2019 no Rio Grande do Sul (homicídios, latrocínios e lesões seguidas de morte).
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Os números apontam para um recrudescimento da pandemia no Sul do Brasil, enquanto começa a se estabilizar e perder força em três das outras quatro regiões do país. Entre 5 e 15 de julho, o total de óbitos causados pela Covid-19 na região sul brasileira cresceu 49,8%. No mesmo intervalo de dias, as mortes cresceram 46,3% no Centro-Oeste, 15,8% no Nordeste, 15,1% no Sudeste e 6,9% no Norte.
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O Ministério da Saúde já apontava em abril que a chegada do inverno no Sul traria um ingrediente de gravidade ao quadro da pandemia. Em maio, o governador Eduardo Leite também indicava a necessidade de maior atenção com o mês mais frio do ano. No caso do Rio Grande do Sul, especificamente, à chegada do frio soma-se uma considerável reabertura da economia, com significativo aumento na circulação de pessoas nas ruas. O mapa do distanciamento controlado no Estado mostra como o novo coronavírus progrediu: metade das regiões gaúchas estão em bandeira vermelha, indicando alto risco.
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A piora no cenário pressiona os hospitais. O médico intensivista Wagner Nedel, presidente da Sociedade de Terapia Intensiva do RS (Sotirgs), classifica como “um pesadelo” ver todos os leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) ocupados. A Sociedade Riograndense de Infectologia (SRGI), por sua vez, emitiu nota de alerta sobre o avanço do coronavírus no Estado, afirmando que “as medidas adotadas até o momento serão insuficientes para conter a pandemia”. Estudo recente de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul indica para agosto o pico da crise sanitária em Porto Alegre. Já governo do Estado prefere não apontar uma estimativa de data para a pandemia chegar ao ápice entre os gaúchos.
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