A Sociedade Riograndense de Infectologia (SRGI) emitiu uma nota de alerta sobre o avanço do coronavírus no Rio Grande do Sul. Segundo o documento divulgado no domingo (12), a epidemia está em crescimento acelerado no Estado, determinando impacto na capacidade de atendimento hospitalar, particularmente em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
De acordo com a entidade, “as medidas adotadas até o momento serão insuficientes para conter a pandemia que está evoluindo para um grave comprometimento do atendimento de pacientes com Covid-19 e daqueles que apresentam outras doenças”. A SRGI alerta para o grave impacto ao sistema de saúde provocado pela velocidade de propagação da doença, e destaca que “a diminuição de recursos humanos por adoecimento de profissionais de saúde é uma realidade e agrava ainda mais a situação dos hospitais”.
Segundo o último levantamento divulgado no domingo pela Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS), o Rio Grande do Sul tem 962 mortes e 39.240 casos confirmados de Covid-19. A taxa de ocupação de leitos de UTI em geral no Estado é de 73,5%.
A SRGI defende que é preciso evitar exposições preveníveis à Covid-19, estabelecendo como prioridade a defesa incondicional da vida das pessoas. A entidade espera que que medidas mais rigorosas sejam consideradas e organizadas antes do atingimento do colapso do sistema de saúde, cenário que acarretará diversas mortes evitáveis.
O documento foi assinado por membros da diretoria da SRGI que fazem parte de comitê para doença (leia nota completa abaixo).
NOTA DE ALERTA SOBRE A GRAVE SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA COVID-19 NO RS
Porto Alegre, 12 de julho de 2020.
• Conforme dados oficiais da Secretaria Estadual de Saúde (SES), o Rio Grande do Sul atingiu mais de 35 mil casos de COVID-19 e mais de 800 pessoas perderam a vida;
• Em Porto Alegre, foram confirmados mais de 4 mil casos e pelo menos 141 pessoas já morreram devido a COVID-19. No último mês houve um crescimento de 3 vezes do número de casos confirmados e mortes, sendo que o total de óbitos por COVID-19 duplicou nas duas últimas semanas;
• A epidemia está em crescimento acelerado no Rio Grande do Sul, determinando impacto na capacidade de atendimento hospitalar, particularmente em Unidades de Terapia Intensiva;
• A velocidade de propagação da epidemia gera demanda adicional ao sistema de saúde que já enfrentava sobrecarga prévia ao surgimento da epidemia, impactando na assistência a outras doenças.
• A diminuição de recursos humanos por adoecimento de profissionais de saúde é uma realidade e agrava ainda mais a situação dos hospitais.
Neste momento crítico da pandemia é essencial afirmar que:
1 – É preciso evitar exposições preveníveis à COVID-19, estabelecendo como prioridade a defesa incondicional da vida das pessoas;
2 – Entendemos que as medidas adotadas até o momento serão insuficientes para conter a pandemia que está evoluindo para um grave comprometimento do atendimento de pacientes com COVID-19 e daqueles que apresentam outras doenças;
3 – É essencial que todos setores da sociedade – gestores, setores empresariais e de trabalhadores – planejem, desde já, estratégias para que a população, sobretudo os grupos mais vulneráveis, consiga enfrentar medidas de isolamento mais rigorosas que serão necessárias para efetiva modificação da evolução da pandemia;
4 – Esperamos que medidas mais rigorosas sejam consideradas e organizadas antes do atingimento do colapso do sistema de saúde, cenário que acarretará diversas mortes evitáveis.
Diretoria da Sociedade Rio-Grandense de lnfectologia
Comitê ad hoc COVID-19: Alexandre V. Schwarzbold, Alexandre Prehn Zavascki, Ronaldo Campos Hallal e Diego Rodrigues Falci.