O prefeito antecipou, pelo Twitter, que o comitê de enfrentamento da pandemia havia definido pela manhã que a maior ocupação das UTIs - nesta segunda, são 62 casos de Covid-19, o maior número até agora -, adiaria novas liberações. Na semana passada, Marchezan havia sinalizado com as mudanças, pois aguardava o impacto das liberações recentes, a construção civil e indústria (em meados de abril) e alimentação e comércio, incluindo shopping centers, em 20 de maio.
"Ia publicar esta semana a liberação de horários da construção civil e indústria, que estavam com restrição porque foram liberadas no começo da flexibilização", citou o prefeito. "Mas o momento é de cautela e precaução e de manter os cuidados com a saúde. Nosso objetivo é voltar ao normal. A ideia era se aproximar de um novo normal com maior velocidade, mas esses dados (ocupação de UTIs) acendeu o sinal amarelo", condicionou o gestor.
Segundo ele, até quarta-feira (10), o comitê fará acompanhamento e reuniões extraordinárias para avaliar as internações. Ele reforçou que considera importante voltar ao "novo normal", mas que tem preocupação de não superlotar as unidades de terapia intensiva.
A prefeitura vinha identificando "o expressivo aumento da velocidade por leitos de UTI" na sexta-feira passada, quando havia 44 casos do novo coronavírus, que pularam para 46 no sábado (6). Nesse domingo (7), o número passou a 54 doentes.
"Esta velocidade nos levou a suspender qualquer flexibilização em qualquer atividade em Porto Alegre. O decreto de 20 de maio se mantém, íamos avançar, mas suspendemos."
Entre as áreas que deveriam ser alvo de autorizações para ampliar atividades, estariam cultos em igrejas (permitindo maior uso de capacidade), esportes coletivos profissionais (Grêmio e Inter esperavam o aval para treinos coletivos numa preparação para jogos sem público), feiras de artesanato (o Brique da Redenção está fechado desde fim de março) e curso livres, como de idiomas, que tem turmas menores.
O prefeito voltou a dizer que é preciso fazer o controle de contaminação e que a "regra número 1 é manter o distanciamento físico". Ele ainda avisou que haverá mais casos notificados, porque a Capital elevou a capacidade de realização de testes, que é 450 ao dia. Mas Marchezan tranquilizou que não se detecta aumento de caos de síndromes gripais ou doenças respiratórias em postos. Ele também informou que 60% dos casos em UTIs são do interior.