A reunião entre os 12 clubes da primeira divisão do futebol gaúcho na sede da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) terminou com a decisão de suspender por 15 dias os jogos do principal campeando de futebol no Rio Grande do Sul e demais competições. O presidente da FGF, Luciano Hocsman, disse que antes dos 15 dias pode haver nova posição diante da evolução do quadro da pandemia. O encerramento da competição não está descartado.
O fim do Gauchão ocorreria principalmente por não haver calendário para jogos devido ao começo dos campeonatos nacionais. Sobre treinos, Hocsman disse que cada clube decide como vai proceder. Os dirigentes da dupla Grenal informaram que manterão as atividades em seus centros de treinamento.
Outras definições é que competições que não tiveram início terão adiamento. A divisão de acesso e o futebol feminino também entram na nova ordem.
"Vamos ter um gabinete 24 horas para discutir o impacto da doença. Vamos trazer um infectologista para nos municiar para que a gente se reúna em 15 dias novamente ou antes disso para tentar entender quais os próximos passos em relação á temporada do futebol de 2020", projetou o dirigente.
Pelo Grêmio, estavam o presidente, Romildo Bolzan Júnior, e o vice-presidente de futebol, Paulo Luz, e pelo Inter, o vice-presidente João Patrício Hermann, e o vice de futebol, Alessandro Barcellos.
Em rápida abertura para imagens da imprensa que acompanhava a reunião, foi possível ouvir manifestações de dirigentes como do Aimoré indicando que a suspensão geraria dificuldades financeiras aos clubes do interior.
O presidente do Aimoré, Ronaldo Vieira, disse que não há casos de infecção de atletas e que uma medida de suspensão deveria ser adotada caso surgissem registros. O dirigente chegou a dizer que seria precipitado tomar decisão agora sobre suspensão de jogos. “Não e o momento de forçar a barra, é momento de ter equilíbrio”, disse Vieira.
O vice-presidente de futebol do Caxias, Ademir Bertoglio, reforçou a preocupação com o equilíbrio financeiro dos clubes caso haja a suspensão. Bertoglio sugeriu que Inter e Grêmio abram mão de parte da cota de cada um no Gauchão - que é de R$ 13 milhões - para que seja rateada entre os demais clubes.
Caso seja definido o encerramento do Gauchão, Caxias deve ser o campeão, já que o time da serra gaúcha venceu o primeiro turno.
Sobre a questão financeira, Hocsman explicou que os clubes da divisão principal já recebem suas cotas e a divisão de acesso tem previsão de ressarcimento. "Não são só os clubes que sofrem com isso. A federação também tem a sua perda. Íamos ter jogo da libertadores esta semana aqui", contrapôs.
"Não adianta pensar na questão econômica e causar algum mal a alguém ou acabarmos sendo responsabilizados por contaminação comunitária", alertou Hocsman. "Temos de agir com responsabilidade". Contaminação comunitária é quando não se tem mais controle sobre quem causou a infecção.