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CRÉDITO

- Publicada em 30 de Junho de 2023 às 00:10

Sicoob planeja inaugurar novas agências no Rio Grande do Sul

Diretora Maria Luisa credita resultado ao relacionamento com público

Diretora Maria Luisa credita resultado ao relacionamento com público


/José Somensi/Especial/JC
Pedro Carrizo, especial para o JC
Pedro Carrizo, especial para o JC
O Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob), de Santa Catarina, deu início à sua expansão para o Rio Grande do Sul há quatro anos, com foco em operações de crédito rural e na diversificação do perfil de associados. Presente em 97% dos municípios catarinenses, a instituição planeja agora acelerar o ritmo de abertura de unidades no Estado.
Já são 118 postos de atendimento em solo gaúcho. Para este ano, estão previstas a abertura de mais 35 unidades e, em 2024, outras 37, somando 190 unidades no Estado até o final do próximo ano. De acordo com o Banco Central, o Sicoob é a instituição financeira cooperativa com mais pontos de atendimento no Brasil — mais de 4,5 mil.
Em 2022, a região Sul representou um crescimento de 28% para o Sistema de Cooperativas, resultado de uma movimentação de R$ 38,9 bilhões e mais de R$ 23 bilhões em operações de crédito. A distribuição das sobras também apresentou ganho expressivo no eixo Sul, que engloba o estado do Paraná, com alta de 43% em comparação ao ano de 2021. Foram cerca de R$ 535 milhões distribuídos aos associados da região, fruto de um resultado de R$ 1,2 bilhão (correspondente ao lucro no sistema financeiro tradicional). Em todo Brasil, o resultado foi de R$ 5,5 bilhões.
Um dos destaques do bom desempenho foi a expansão para o estado riograndense, com um cronograma intenso de inaugurações de agências e o estabelecimento de relações com a população e todos os setores da economia local, enfatiza a diretora administrativa do Sicoob Central SC/RS, Maria Luisa Lasarim.
No ano passado, a Central SC/RS iniciou a implementação de um escritório de representação em Porto Alegre e estruturou e capacitou uma equipe para prospectar parcerias com empresas públicas e privadas e com os municípios.
"Temos tido excelentes resultados no Rio Grande do Sul, principalmente pela vocação que o Estado tem no agronegócio. Embora seja grande a concorrência entre instituições financeiras de crédito rural no Estado, nossa expertise no financiamento do agronegócio tem nos permitido crescer mais que o esperado no mercado gaúcho", diz Maria Luisa.

Recursos ajudam a estruturar, custear e comercializar a produção

Só nos primeiros sete meses do Plano Safra 2022/23, de julho a janeiro deste ano, o Sicoob havia liberado mais de R$ 21 bilhões em crédito rural. A instituição financeira cooperativa, que entre seus quase 7 milhões de cooperados atende mais de 440 mil produtores rurais de todos os portes, oferece recursos para quem precisa estruturar, investir, custear e comercializar sua produção.

Do volume total de operações em crédito rural do Sicoob, 19% haviam sido destinados ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). São diversas linhas para finalidades diferentes, que possibilitam a aquisição de insumos, sementes, máquinas, tratores, veículos de carga, equipamentos e tecnologias de mercado. Os limites de financiamento e as taxas de juros variam conforme cada categoria e de acordo com o destino dos recursos. O gerente nacional de Agronegócios do Sicoob, Raphael Silva de Santana, previa que a cooperativa iria bater os
R$ 50 bilhões em estoque de crédito rural até o fim deste mês.

A meta, nos próximos anos, é chegar a todas as cidades do Rio Grande do Sul com mais de 20 mil habitantes. Atualmente, o Sicoob tem mais de 1,3 milhão de cooperados e 38 cooperativas filiadas, somando SC e RS. No Brasil, são 7,1 milhões associados. Fundado em 1998, no Alto Paranaíba (SC), a expansão para todos estados tem sido puxada por investimentos estratégicos em publicidade.

Ferramentas permitem oferecer preços mais competitivos aos associados

A diferença entre o preço praticado pelas instituições financeiras tradicionais e pelas cooperativas do Sicoob chegou a R$ 2,8 bilhões em 2022, considerando apenas os estados da região Sul do Brasil.
O ganho social é um levantamento que a instituição faz com base em todos os produtos e serviços contratados pelos associados, considerando as taxas de juros, rentabilidade e preço das tarifas cobradas nesses dois modelos financeiros. Ele é a soma da economia com juros, tarifas, consórcio, captação e adquirência para os associados.
Segundo a diretora administrativa do Sicoob Central SC/RS, Maria Luisa Lasarim, a diferença de R$ 2,8 bilhões reflete as taxas abusivas cobradas por bancos tradicionais e o papel do cooperativismo em oferecer novas alternativas de créditos aos associados. "Como os cooperados são os donos do Sicoob, não há porque praticar esses altos juros, já que o lucro final do ano sempre será reinvestido nos cooperados e em suas regiões."
Outra ferramenta importante para oferecer preços mais competitivos são através de taxas de juros subsidiadas para operações de crédito, via BNDES e Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina (Badesc), explica a diretora administrativa.
Além disso, diante de um cenário de juros altos no Brasil, é preciso ser o mais eficiente possível; trabalhar custos e analisar muito bem operações de crédito, para haver o menor impacto possível. "Toda a operação que não é bem contratada vai gerar inadimplência, que gera provisões e, consequentemente, trará impactos na receita do Sicoob e acaba encarecendo os créditos."