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ENERGIA

- Publicada em 30 de Junho de 2022 às 19:40

Coprel construirá sua terceira PCH no rio Jacuí

Jânio Vital Stefanello acredita que não existe evolução de renda no Interior sem uma energia melhor

Jânio Vital Stefanello acredita que não existe evolução de renda no Interior sem uma energia melhor


/FECOERGS/DIVULGAÇÃO/JC
Tendo sido recentemente bem-sucedida em leilão de energia para abastecer o sistema elétrico interligado nacional, a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Santo Antônio do Jacuí será implementada (até 2026) pela Coprel (de Ibirubá). O presidente da cooperativa, Jânio Vital Stefanello, destaca que será a terceira usina da associação a ser instalada no rio Jacuí (as outras duas são Cotovelo do Jacuí e Tio Hugo). Além da área de geração, a Coprel prevê para esse ano investimentos nos segmentos de distribuição de energia e de fornecimento de internet, que somados representarão mais de R$ 120 milhões.
Tendo sido recentemente bem-sucedida em leilão de energia para abastecer o sistema elétrico interligado nacional, a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Santo Antônio do Jacuí será implementada (até 2026) pela Coprel (de Ibirubá). O presidente da cooperativa, Jânio Vital Stefanello, destaca que será a terceira usina da associação a ser instalada no rio Jacuí (as outras duas são Cotovelo do Jacuí e Tio Hugo). Além da área de geração, a Coprel prevê para esse ano investimentos nos segmentos de distribuição de energia e de fornecimento de internet, que somados representarão mais de R$ 120 milhões.
Jornal do Comércio - No fim de maio, a Coprel saiu vencedora de leilão de energia promovido pelo governo federal no projeto da PCH Santo Antônio do Jacuí. Como foi a estratégia para disputar o certame?
Jânio Vital Stefanello - A área de engenharia e financeira fez toda uma otimização do empreendimento. Um dos desafios enormes nessa época é, com a elevação de custos, rodar um projeto de PCH. Mas, conseguimos um valor muito atrativo (pela energia a ser produzida, de R$ 289,00/MW) e fomos felizes. Se olharmos os outros leilões que já participamos, não tínhamos obtido um preço tão competitivo. Temos conseguido fazer projetos importantes. Hoje, por exemplo, no centro de operações, já estamos operando 12 pequenas centrais e algumas Centrais de Geração Hidrelétrica (CGHs) e isso mostra a cooperativa cada vez mais fortalecida.
JC - Qual será a potência instalada dessa usina?
Stefanello - A PCH terá 5,1 MW (cerca de 0,1% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul). É um projeto que tem um diferencial importante que é se beneficiar da barragem de Ernestina. Terá um fator de capacidade alta, devido ao lago, que não é comum nas pequenas centrais hidrelétricas. Vamos ter três usinas nesse trecho, a PCH Cotovelo do Jacuí, que opera há mais de 15 anos, estamos concluindo no ano que vem a PCH Tio Hugo e, agora, Santo Antônio do Jacuí, que é no meio dos outros dois complexos.
JC - Qual o investimento estimado na construção da PCH Santo Antônio do Jacuí?
Stefanello - O projeto vai chegar na faixa de aproximadamente R$ 45 milhões.
JC - O leilão determina que a energia da usina deverá ser fornecida a partir de 2026 até 2045. Quando a cooperativa pretende iniciar as obras da pequena central hidrelétrica?
Stefanello - A nossa ideia é estruturar o projeto neste ano e começar as obras no fim de 2023. Vamos avaliar se traremos parceiros para dentro do empreendimento. A Coprel tem feito esse movimento com outras cooperativas. Fizemos com a Ceriluz (de Ijuí), com a Creral (de Erechim), e buscamos parceiros privados em alguns empreendimentos para justamente diluir riscos e buscar uma alavancagem maior.
JC - A PCH Linha Onze Oeste, da Ceriluz, também vendeu sua energia nesse último leilão. Inicialmente, a Coprel estava junto da Ceriluz nesse projeto, mas posteriormente saiu do empreendimento. Por quê?
Stefanello - A estratégia foi bem consensual. Inclusive, a Coprel e a Ceriluz têm uma usina juntas, em Boa Vista do Cadeado (Rio Ijuizinho). Na Linha Onze Oeste, nosso objetivo sempre foi ajudar a Ceriluz a alavancar o projeto, a fazer o primeiro movimento. Como é um empreendimento na região deles, uma iniciativa importante, nós fizemos a opção de focar nos dois complexos que estamos fazendo, que é Tio Hugo e Santo Antônio do Jacuí, e liberar a Ceriluz para fazer a outra PCH.
JC - A Coprel pensa em apostar em outras fontes de geração?
Stefanello - A cooperativa fará um trabalho de análise de usinas eólicas. Estamos avaliando propostas e a ideia é entrar em projetos um pouco mais avançados, mais consolidados, mais prontos para o leilão. Essa é uma estratégia de diversificação das nossas fontes e de expansão na área de geração. São empreendimentos que vamos entrar com uma participação menor. A ideia é ingressar como investidores e não conduzir as iniciativas.
JC - Em que local essas usinas eólicas serão avaliadas?
Stefanello - Seriam no Rio Grande do Sul. Estamos olhando no Hermenegildo, uma região que tem muitos projetos.
JC - Por causa da legislação do setor elétrico, a produção das usinas da Coprel não necessariamente é destinada aos seus cooperativados. Como está sendo a experiência da cooperativa em comprar energia no mercado livre (no qual se pode escolher o fornecedor da geração) para atender aos seus associados?
Stefanello - A Coprel foi a primeira que abriu esse caminho, principalmente quanto à regulação. O desafio que tínhamos na legislação era permitir que os pequenos agentes, as pequenas distribuidoras ou cooperativas, pudessem comprar energia no mercado livre. Estudamos muito esse tema, através de consultorias, para justamente baixar o custo na ponta. Conseguimos, nesses últimos dois anos, uma queda no preço de energia por volta de 20%.
JC - O governo gaúcho lançou a terceira etapa do programa Energia Forte no Campo. A Coprel cadastrou alguma iniciativa?
Stefanello - Nessa terceira fase, a Coprel se habilitou a 68% dos recursos do programa (o total, nesse estágio, é de R$ 40 milhões), que vão ser aplicados em mais de 10 municípios. O Estado entra com 20% (do investimento), a prefeitura com 10% e a Coprel chega a entrar com 50% do projeto. O produtor fica responsável por 20%, às vezes, 30%, no máximo, do empreendimento. Isso viabiliza as iniciativas.
JC - Qual a projeção de instalação de rede trifásica na área de atuação da cooperativa para este ano?
Stefanello - Na faixa de 450 quilômetros. Cada ano, temos um plano para buscar as localidades que têm mais expansão, as regiões que estão crescendo. A seca, por exemplo, ocasionou uma demanda por pedidos de irrigação muito grande, principalmente na região de Condor, Panambi, Cruz Alta e Tupanciretã. Não existe crescimento, evolução de renda no Interior, se não for com uma energia melhor.
JC - A Coprel também tem um braço de Telecom, como está a expansão do serviço de internet no campo?
Stefanello - Estamos bem entusiasmados, porque tivemos um incremento robusto. Em 2021, crescemos 25% e a projeção é na ordem de 23% para este ano em número de clientes. Hoje, temos cerca de 42 mil conexões e estamos chegando a 30 municípios.
JC - Qual o investimento previsto da cooperativa em 2022?
Stefanello - O plano de investimento para esse ano passa de R$ 120 milhões na distribuição, geração e Telecom. Na Telecom, são mais de R$ 25 milhões, na geração, passando de R$ 40 milhões, e ultrapassa R$ 56 milhões na distribuição.

Coprel

  • Fundação e sede: 14/01/1968, em Ibirubá
  • Receita: da Coprel Cooperativa de Energia ficou em R$ 312 milhões em 2021 (alta de 9,4%). Da Coprel Cooperativa de Geração e Desenvolvimento, R$ 16 milhões (alta de 23%)
  • Sobras: da Coprel Cooperativa de Energia chegou a R$ 16,5 milhões (alta de 46%) e da Coprel
  • Cooperativa de Geração e Desenvolvimento, R$ 4,2 milhões (alta de 13,5%)