Na hora de escolher um lugar para viver, uma dúvida que muitas pessoas têm é se vale mais a pena comprar um imóvel financiado ou alugar. No caso da primeira opção, é preciso analisar as taxas de juros que os bancos oferecem, realizando uma simulação para avaliar se a parcela mensal cabe no bolso.
O número de pessoas que aposta na compra financiada está aumentando, de acordo com a Caixa, que divulgou, recentemente, os resultados consolidados do segundo trimestre. A Caixa, que é líder na concessão de financiamento para casa própria, registrou o maior volume de contratação trimestral da história em crédito imobiliário (R$ 39,7 bilhões, considerando os recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo - SBPE e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS), com crescimento de 15,4% sobre o primeiro trimestre de 2022 e 9,6% sobre o segundo trimestre de 2021.
No período, foram contratados R$ 16,3 bilhões pelo Programa de Habitação Popular, incluindo os subsídios, o equivalente a 93,9 mil novas unidades habitacionais. Ao observar apenas agosto, verifica-se o melhor desempenho registrado no ano para o programa Casa Verde e Amarela. Foram R$ 7,2 bilhões contratados na modalidade, um resultado 45,6% superior ao mesmo período de 2021.
No entanto, empresários da construção civil que atuam com financiamento imobiliário relatam alguns desafios no mercado por conta da alta do juros, que tem como referência a taxa Selic. "Os juros subiram, reduzindo a capacidade de endividamento das famílias. As incorporadoras foram obrigadas a reajustar os preços de venda. Esse repasse de preços, em muitos casos, foi apenas parcial, causando perda de margem em produtos com demanda mais fraca ou enfraquecida. Os lançamentos futuros estão saindo com preços mais elevados", detalha Pedro Bronstrup, da Brönstrup Construções.
A Lamb Construções e Engenharia, que atua em obras industriais, corporativas e imobiliárias, também relata esse impacto. "O mercado imobiliário tem encontrado maior dificuldade de vender novos imóveis ou mesmo de viabilizar o lançamento de novos produtos, o que deve se regularizar somente no próximo ano, a partir de um maior controle fiscal do governo e da consequente redução da taxa de juros para o financiamento imobiliário", projeta o diretor-executivo Júlio Bratz Lamb.
Apesar disso e dos prejuízos causados pela Covid-19, ele tem notado, nos últimos três anos, um mercado mais estável e com melhoras no ambiente econômico. "O Brasil pode se beneficiar de sua atual conjuntura fiscal aliada ao ambiente externo mais tenso e conturbado, com tensões da Europa e a inflação em todo o mundo. Tais fatores podem permitir ao Brasil ser um porto de atração de investimentos seguros na América Latina, gerando oportunidades de crescimento do País, com melhoras nos indicadores de emprego e renda, beneficiando toda a sociedade. O volume atual de negócios da empresa e dos investimentos que temos planejados confirmam o momento de maior otimismo que estamos vivendo", justifica.