Supermercado, mercadinho de bairro, loja, farmácia, pequenos malls (centros comerciais) em áreas abertas. No pós-pandemia, o ponto físico não desapareceu e tudo indica que ganhou força.
Índice de Preferência do Consumidor (IPCon) de 2022, divulgado pelo grupo global de inteligência de dados Dunnhumby, apontou que o número de lojas visitadas no varejo do Brasil cresceu 51% frente a 2021, de 6,3 para 9,5 vezes em supermercados, que é um dos segmentos mapeados.
Esta é uma das razões que podem explicar a disseminação de empreendimentos novos em áreas com potencial de consumo, novos públicos, mais experiência e conveniência.
Do construtor e investidor, dono de portfólio imobiliário aos empreendedores e empresas que desenvolvem os projetos, todos confirmam o aquecimento na execução voltada a estes negócios, muito conectados ao perfil residencial.
O Escritório de Licenciamento, ligado à Secretaria de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) de Porto Alegre, mostra a mudança de patamar desde 2021, em autorizações para construções comerciais.
De 121 projetos com 66 expedientes de habite-se para obras em 2020, somando 583,4 mil metros quadrados, o número foi de 246 projetos no ano passado, estimados em R$ 1,2 bilhão, com 94 habite-se, somando 17,5 milhões de metros quadrados, com impacto de grandes projetos.
Em 2022, até agosto, foram computados 165 projetos, avaliados em R$ 914,4 milhões, sendo 100 expedientes para construção, com área total de 1,95 milhão de metros quadrados. A aceleração também está ligada ao aprofundamento da digitalização e flexibilização para licenciar projetos de baixo e médio impacto.
Um dos operadores deste mercado, que atua com ativos imobiliários e amplia a presença na incorporação, a Dallasanta confirma a safra. Quando surge a marca em um tapume, o sinal é claro: nova construção vai emergir. Assim como atrai interesse ao adesivar uma área ou prédio que ergueu em ponto com potencial.
Foi assim com a confirmação da nova Cobasi, uma das líderes do mercado pet do Brasil, em terreno da Dallasanta na Zona Sul. O empreendimento segue o modelo em que o dono (Dallasanta) constrói para uso do locatário (pet), que empresta o nome do inglês, o "built to suit".
O formato está na base da multiplicação de farmácias da noite para o dia, além de supermercados, de grandes a médios grupos.
A empresa, dona de 500 imóveis com diferentes portes, entre construções e terrenos e prédios à espera de ocupantes, também faz permuta, para futura execução imobiliária.
É o caso da área emergente em Canoas, ao lado do ParkShopping, numa área que ganhou o provocativo apelido de Nova Canoas. Em três áreas em uma mesma sequência, três catarinenses Cassol Centerlar, Fort Atacadista e Havan vão se instalar. Na área, a Dallasanta está com a Melnick em um megaloteamento de alto padrão em 26 hectares.
"Em Porto Alegre, estamos sempre de olho. Hoje áreas ultrapassadas se transformam, como o 4º Distrito, e outras emergem, como na Nilo Peçanha", observa o CEO da proprietária de ativos, Cristiano Caetano.
A Dallasanta também entra cada vez mais no desenvolvimento de projetos. Está com a Melnick, no Nilo Square, e com a Cyrela, no Nova Olaria Mall, seu ativo e que terá três torres.
Fora da Capital, o grupo tem projetos previstos em Gravataí e Capão da Canoa, que combinam residencial e conveniência de varejo, e podem gerar R$ 300 milhões em vendas.