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Publicada em 15 de Julho de 2024 às 12:29

Um caderno, um Estado, duas crises, muitos momentos

Os professores da Pucrs que fizeram a pesquisa Dia do Comércio são Vinícius Brasil, Stefânia Ordovás de Almeida e Clécio Araújo

Os professores da Pucrs que fizeram a pesquisa Dia do Comércio são Vinícius Brasil, Stefânia Ordovás de Almeida e Clécio Araújo

Diego Furtado/Divulgação/JC
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Professores da Pucrs Vinícius Sittoni Brasil, Stefânia Ordovás de Almeida e Clécio Araújo
Professores da Pucrs Vinícius Sittoni Brasil, Stefânia Ordovás de Almeida e Clécio Araújo
Em seu terceiro ano sendo realizado pela equipe da Pucrs, este estudo sofreu alterações e evoluiu ao longo deste período, tendo como base o contexto social e mercadológico que se apresentou nestes últimos três anos, pautados por grandes desafios para a nossa cidade e Estado. A pesquisa de 2022 foi orientada à retomada da vida social e ao aquecimento de alguns setores da economia após as restrições que a Covid-19 impôs à sociedade nos anos de 2020 e 2021. Paralelamente, outros fenômenos estavam crescendo em termos de consumo e varejo, um deles era o PIX como meio de pagamento mais recorrente, o outro, mais amplo, o fortalecimento das compras online, tanto em termos de aumento do leque de categorias de produto consumidas pela maior parte dos consumidores, como da entrada de muitos neste universo de consumo impulsionados pela pandemia. Assim, o questionário de 2022 buscava compreender as complementações e dicotomias do consumo online e das lojas físicas.
Em 2023, frente a um cenário de maior "normalidade" em Porto Alegre e no Estado, o estudo buscou compreender de que forma o consumo de muitas das categorias de produto avaliadas em 2022 havia evoluído, se os consumidores haviam aumentado ou diminuído o consumo de itens com relação ao ano e aos anos anteriores, assim como seus hábitos e perspectivas de consumo futuros. A questão do consumo e preferências por lojas físicas x online continuou relevante e sendo avaliada, assim como preferências por meios de pagamento e investimentos. Eis que em 2024 nos deparamos novamente com um cenário desafiador, talvez o maior deles, para a cidade e o Estado, não apenas em termos de consumo, mas sobretudo, de sociedade, de humanidade e de esperança diante de um futuro incerto. Depois do "maio terrível", as pessoas, as empresas e a vida vão aos poucos tentando recuperar alguma normalidade em uma batalha diária de superação frente às indefinições sobre a reconstrução, aos interesses políticos difusos em ano de eleição municipal e à enorme tristeza pelas vidas devastadas pelas águas. Em meio a este cenário que gerou não apenas uma destruição física em grande parte da nossa cidade e em várias regiões do Estado, mas também um abalo de natureza emocional sem precedentes, o gaúcho passou por um tempo de intensa mobilização: havia os atingidos, atônicos; havia os engajados em ajudar, incansáveis — alguns muitas vezes ocupando as duas posições. Neste contexto, pensar em consumo que não fosse o emergencial soava não apenas inadequado, mas desnecessário. Porém, tão logo o "agudo" da crise passou, o foco se direciona ao reconstruir, ao recomeçar e ao como fazer o Estado voltar a crescer, ante uma Economia potencialmente paralisada. Um exemplo disso são os movimentos para que se voltasse a consumir de marcas gaúchas, dentro e fora do Estado.
 

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