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Rede de moda jovem resgata antigo condicional e leva loja para casa dos clientes
Serviço conta com a curadoria do time de venda no ponto físico
A gerente da Gang no Shopping Iguatemi, em Porto Alegre, Danielle da Silveira, faz um bilhete escrito à mão e ainda aplica um spray com um 'cheirinho' da loja na sacola cheia de roupas. "Tudo para o cliente lembrar da gente", explica Dani, como é chamada pelos colegas.
É o toque final no ponto de venda, antes de mandar algumas peças para a casa de um cliente. O bilhete grampeado na sacola serve para estreitar a conversa. A embalagem é levada por um motorista de aplicativo parceiro até a casa do consumidor, que vai provar e decidir, no tempo dele, o que vai querer e se vai comprar.
"Muitas pessoas acham que têm de ficar com as peças, mas não há nenhuma obrigação", esclarece a gerente. Ela ainda diz que o serviço é muito usado por mães com filhos adolescentes que não querem ir na loja. O cliente também pode retirar no ponto físico.
Este é o fluxo do Gang na sua Casa, uma solução nascida na pandemia, que pode até ser visto como a modernização do antigo condicional, ainda muito difundido no Interior, pelo qual o cliente retira roupas na loja para provar em casa. Só que o serviço da marca de moda jovem veio com novos contornos e proposta de valor, com resultados surpreendentes para a rede.
"O pilar é atender o cliente da forma como ele quer ser atendido. Tem quem prefira que seja em casa e quem opta por retirar na loja", explica Maicon Rodrigo Cardoso, gerente geral de vendas da Gang. Se a preferência for pela sacola, o vendedor tem um papel crucial. Cardoso diz que o profissional está capacitado para identificar o que a pessoa mais gosta, fazendo a curadoria. "O cliente indica preferências, e o vendedor amplia combinações e envia a sacola."
O Gang na sua Casa criou uma nova fronteira de receita para a marca, mas mais ainda de conexão entre o time de venda e os consumidores. O serviço surgiu em setembro de 2020, para diversificar as frentes de venda em meio aos rigores da crise sanitária. De 1,5% da fatia de venda em 2020, a modalidade saltou para 7% em 2021 e este ano desponta entre 8% e 9% do faturamento.
"No primeiro semestre, as vendas por meio das sacolas cresceram 51% frente ao mesmo período de 2021", informa o gerente geral de vendas. Uma nova etapa começa a ser testada na execução do Gang na sua Casa, usando ferramenta de CRM para colocar na mão do vendedor mais informação.
A evolução vai ser adotada de forma piloto em algumas lojas. A ideia é se antecipar e já montar a sacola com tamanho, cores e estilo das roupas e quando o cliente precisa. A ferramenta é o Dito Agenda. Mesmo com mais tecnologia no fluxo, Cardoso avisa: "A relação humana não será substituída. O vendedor continua a ser o grande canal".