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Porto-alegrenses ainda preferem as lojas físicas
Pesquisa exclusiva produzida para o Jornal do Comércio faz um raio-x dos hábitos de consumo dos porto-alegrenses
Os resultados da pesquisa Os porto-alegrenses e o consumo, produzida com exclusividade para o Jornal do Comércio, mostram que os gaúchos passaram por um período de reconfiguração de consumo, mas que nem tudo mudou. Isto pode ser observado, por exemplo, na preferência declarada entre "comprar online" ou "comprar em lojas físicas", quando 53,8% da amostra indicou preferência pela compra em lojas físicas (ante 46,2% online). Em tempos de varejo phygital, que é a junção do físico com o digital, cerca de 47% dos consumidores afirmaram que buscam produtos na loja física depois de comprar online (showroaming). Além disso, cerca de 50% afirmaram pesquisar produtos online para depois comprar na loja física (webroaming).
Outro destaque do levantamento é que apenas 1/3 dos consumidores entrevistados praticam o chamado click and collect - quando todo o processo é realizado no digital. Percentual semelhante afirma se sentir seguro com a disponibilização de dados pessoais online. "Ou seja, mesmo com quase 50% da amostra preferindo comprar online do que realizar as compras presencialmente, ainda há muito espaço para os consumidores se tornarem omnicanais no varejo de Porto Alegre", avalia o professor da Pucrs Vinicius Sittoni Brasil, um dos coordenadores do levantamento.
"Os consumidores estão praticamente divididos entre preferência de compra online e em lojas físicas, com uma ligeira margem para a segunda. Quando avaliam a importância dos indicadores para comprar em loja física, as capacidades sensoriais com relação ao produto são os fatores mais importantes. Tocar, experimentar, assim como a pronta entrega", acrescenta Brasil. Os varejistas, portanto, podem apostar neste acolhimento e capacidade de atiçar os sentidos que a loja física possui neste momento de retomada.
Por outro lado, parece haver espaço para uma maior ressignificação acerca do papel consultivo dos vendedores nos pontos de venda físicos, pois foi baixa a importância dada aos vendedores dispostos a ajudar. "Embora a literatura ressalte que este seria um diferencial das vendas face a face", menciona o professor. A pesquisa indica, ainda, a importância da presença dos varejistas em plataformas de marketplace, assim como ter um site atualizado, pois são as fontes de acesso principais dos consumidores.
Indo para um contexto mais global, a despeito da crise econômica e política, os consumidores estão otimistas sobre 2023: 40% acham que será melhor que 2022, o que pode ter efeitos positivos no consumo do varejo. É interessante notar que os hábitos de consumo em 2022, supostamente o primeiro ano "pós-pandemia", não relataram um aumento significativo do consumo de produtos relacionados a uma retomada presencial. É o caso de roupas, acessórios e calçados. Cerca de 30% dos consumidores relataram terem diminuído o consumo em 2022 em relação a 2021 (ainda que os dados sejam distintos por sexo, tendo as mulheres, claramente, um comportamento mais pró-consumo destes produtos).
Para muitas categorias de produtos e serviços, os consumidores relatam terem mantido o consumo de 2021. Em alguns casos, inclusive, diminuído. Outros itens, como alimentação em casa, que supostamente iriam retrair em 2022, em comparação com o ano de 2021, tiveram um incremento para quase 50% dos respondentes.
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Quem fez a pesquisa
A pesquisa Os porto-alegrenses e o consumo, este ano, foi realizada em parceria com professores e alunos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Os coordenadores são Clécio Falcão Araújo, Stefânia Ordovás de Almeida e Vinicius Sittoni Brasil. E o projeto faz parte da disciplina Pesquisa de Mercado, do curso de Administração da Escola de Negócios.
Os dados foram coletados entre 8 e 29 de junho de 2022 de forma online.