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sindilojas porto alegre

- Publicada em 16 de Julho de 2020 às 03:00

Sindilojas mantém confiança na sobrevivência do varejo

Paulo Kruse se mantém otimista, acreditando no retorno da engrenagem econômica

Paulo Kruse se mantém otimista, acreditando no retorno da engrenagem econômica


SINDILOJAS POA/DIVULGAÇÃO/JC
Para fazer frente à crise gerada pela pandemia de Covid-19, os lojistas conciliam alternativas como delivery, takeaway, drive thru, WhatsApp, Instagram e Facebook, tudo para tentar ficar vivo no mercado. Paulo Kruse, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas Porto Alegre), diz que a pandemia representa um grande desafio para os empreendedores e, quando tudo isto passar, será lembrado como um momento de fortalecimento para um mercado formado por 210 milhões de habitantes em todo o Brasil, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para fazer frente à crise gerada pela pandemia de Covid-19, os lojistas conciliam alternativas como delivery, takeaway, drive thru, WhatsApp, Instagram e Facebook, tudo para tentar ficar vivo no mercado. Paulo Kruse, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas Porto Alegre), diz que a pandemia representa um grande desafio para os empreendedores e, quando tudo isto passar, será lembrado como um momento de fortalecimento para um mercado formado por 210 milhões de habitantes em todo o Brasil, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Kruse observa que a situação é difícil, atualmente, com o desemprego aumentando, mas se mantém otimista, acreditando que a engrenagem da economia voltará a andar em compasso mais rápido. "O comércio tem de estar sempre pronto a servir", salienta o dirigente.
Ele comenta que os lojistas estão buscando a reinvenção dos negócios. Cita, por exemplo, o e-commerce, mas avisa que é necessário ter muita atenção com logística, o que ainda precisa melhorar no País.
O dirigente salienta que o Sindilojas Porto Alegre tem um importante papel de apoiar os seus associados, principalmente, neste momento, em dar voz aos varejistas. Ele defende a manutenção das portas abertas para outros ramos de atividades, como o que ocorre hoje com as ferragens e lojas de material de construção.
Kruse lembra que o Sindilojas Porto Alegre também é o representante legal do comércio varejista da cidade de Alvorada e, segundo ele, a entidade defende os interesses de aproximadamente 18 mil empresas dos seguintes ramos: calçados; flores e plantas; livros; maquinismo, ferragens e tintas (utensílios e ferramentas); material de escritório e papelaria; material elétrico e aparelhos eletrodomésticos; material médico, hospitalar e científico, além de pet shop e vestuário.
O Sindilojas Porto Alegre, conforme acrescenta o dirigente, atua de modo forte para oferecer inúmeras soluções produtivas aos seus associados. A entidade disponibiliza consultores para atender e apresentar soluções aos lojistas de como manter as portas abertas.
Kruse avisa ainda que o Sindilojas Porto Alegre mantém um canal de negociações direto entre administradores e lojistas de shopping center, bem como com o governo do Estado e com a prefeitura de Porto Alegre, principalmente durante a pandemia.
Um dos trabalhos mais recentes da entidade identificou a dificuldade dos empreendedores na busca por crédito. Um levantamento realizado pelo Núcleo de Pesquisa do Sindilojas Porto Alegre junto a lojistas da Capital reafirmou o que já era previsto a partir dos relatos informais: a crise provocada pela pandemia de coronavírus deverá ter impactos devastadores no comércio. Cerca de 67,8% das empresas possuem capital de giro para somente mais um mês, conforme a pesquisa.
A dificuldade em obter crédito das linhas de financiamento anunciadas pelo governo é outro fator que agrava o cenário. Segundo 58,3% dos lojistas, essa tentativa não foi bem-sucedida. Apenas 11,1% dos varejistas que tentaram, conseguiram o crédito.
Outros 30,6% ainda não haviam entrado em contato com os bancos em busca do benefício até o final desta sondagem, realizada entre os dias 29 de junho e 2 de julho.
Entre aqueles que não conseguiram obter o crédito, o principal motivo relatado foi a exigência de muitas contrapartidas.

"O lojista, de um modo geral, está tentando se reinventar", afirma Kruse

Jornal do Comércio - Como o Sindilojas Porto Alegre está atuando para atender aos interesses do setor?
Paulo Kruse - O Sindilojas Porto Alegre atua de uma maneira muito abrangente. Ele procura cuidar da estrutura das empresas - a grande maioria de nossos representados são pequenas empresas, então eles precisam de uma série de orientações. E nós tentamos, por exemplo, dar voz aos varejistas e apoiá-los neste momento de crise. Então nos últimos meses, com as medidas restritivas, o Sindilojas Porto Alegre começou com diversas ações: primeiro, que mantenham as portas abertas, como as ferragens e lojas de material de construção. Disponibilizamos consultores para que o lojista converse com esses consultores sobre como fazer para manter o seu negócio aberto. Mantivemos um canal de negociação com os shoppings centers; nós tivemos um canal permanente de negociação com a prefeitura de Porto Alegre e com o governo do Estado, para que a gente possa, realmente, participar de algumas decisões.
JC - O Sindilojas tem acompanhado a situação financeira das lojas da Capital, como reflexo da Covid-19?
Kruse - O Sindilojas Porto Alegre já realizou várias pesquisas para saber como estão as negociações de aluguéis; quem estava conseguindo dinheiro ou não; e aquele dinheiro do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que ainda não chegou, mas o Sindilojas está atento e cobrando. Realizamos reuniões com representantes de shopping centers com lojistas destes estabelecimentos. Estamos atentos também para o fechamento de empresas e negociações com os sindicatos - há empresas fechando e que não têm nem dinheiro para pagar nada. Também fizemos um acordo com o sindicato laboral para que pudéssemos suspender os contratos, com os pagamentos dos funcionários realizados através do governo. De uma maneira geral, nos colocamos sempre à disposição do associado, mostrando como fazer, o que fazer. Também atendemos casos específicos de clientes, por exemplo, que tinham crediários e os empresários que não poderiam manter a loja aberta. Foi elaborado um plantão para poder fazer isto. O nosso trabalho é incessante e ele é muito grande.
JC - Como o varejo está enfrentando o atual momento?
Kruse - O lojista, de uma maneira geral, está tentando se reinventar, com o e-commerce, o que tem sido difícil para muitos. São lojistas grandes que têm resultados através da venda de e-commerce, enquanto os pequenos e médios não têm, salvo raríssimas exceções. Existem problemas, como a questão de logística que nós temos, isto deve melhorar daqui para frente e o Sindilojas Porto Alegre também já procura soluções. Nós tivemos uma solução, o Poupei, que era uma marketplace que o Sindilojas Porto Alegre criou um ano atrás, na Feira Brasileira do Varejo (FBV -2019), mas que, lamentavelmente, por falta de postura dos nossos lojistas, dos nossos associados, não conseguimos obter sucesso.
Quando passar tudo, para o Sindilojas Porto Alegre, qual será a realidade do varejo?
Kruse - Nós temos um papel importante frente a um país como o Brasil, com 210 milhões de habitantes potenciais consumidores. Passada essa pandemia - e ela vai passar -, temos de pensar que as pessoas irão consumir, talvez menos, por causa deste desemprego brutal. O comércio tem que estar pronto para ajudar em um momento em que a renda estará menor. Vamos conviver com problemas econômicos, isso é certo. Mas o Sindilojas Porto Alegre sempre atua de modo forte para oferecer inúmeras soluções produtivas aos seus associados.