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Fecomércio-RS

- Publicada em 16 de Julho de 2020 às 03:00

Empresário está mais atento e adaptado ao mercado

Presidente da Fecomércio-RS avalia que o momento é de cuidado para os negócios

Presidente da Fecomércio-RS avalia que o momento é de cuidado para os negócios


/FREDY VIEIRA/arquivo/JC
Em meio às dificuldades econômicas, toda a cadeia produtiva sofre com os efeitos da pandemia de Covid-19. No momento, o setor do comércio e serviços é o mais afetado, e a crise impõe uma capacidade a mais em administrar os negócios com muita consciência e uso dos recursos disponíveis. O empresário que passar por tudo isto estará diferente e muito mais atento ao mercado, conforme explica Luiz Carlos Bohn, presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS).
Em meio às dificuldades econômicas, toda a cadeia produtiva sofre com os efeitos da pandemia de Covid-19. No momento, o setor do comércio e serviços é o mais afetado, e a crise impõe uma capacidade a mais em administrar os negócios com muita consciência e uso dos recursos disponíveis. O empresário que passar por tudo isto estará diferente e muito mais atento ao mercado, conforme explica Luiz Carlos Bohn, presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS).
Fatores como capacidade de gerenciamento dos negócios, o uso de modernas tecnologias, as novas modalidades de comercialização e múltiplos canais de acesso estão na pauta do dia. Oferta on-line de produtos e a luta pela preservação dos clientes, mesmo que de modo virtual, moldam uma nova mentalidade dos empreendedores, destaca Bohn, lembrando que a entidade vem trabalhando muito em defesa dos 103 sindicatos filiados e associados.
Ele diz que o momento para os negócios é de extremo cuidado: muitos empresários estão fechando as portas dos seus estabelecimentos em definitivo, outros, segundo ele, deverão retornar, porém talvez em outro ramo de atividades. Em decorrência deste cenário, a Fecomércio-RS trabalha para assegurar ao setor terciário as melhores condições para gerar resultados sustentáveis.
De acordo com o dirigente, os empresários procuram a Fecomércio em busca de respostas, como as de cunho técnico de como reduzir os prejuízos nesse cenário; como garantir capital de giro; e como lidar com os aspectos jurídicos, entre eles, questões trabalhistas. Bohn também lembra as dificuldades e a busca de orientação e análise dos inúmeros decretos que tratam do funcionamento das empresas. E, desde o início da pandemia, o setor está atento aos cuidados sobre a devida aplicação das regras sanitárias nos locais de trabalho e entre os funcionários.
Bohn ressalta que Fecomércio-RS está sempre interagindo com os empresários. Explica que a instituição reúne mais de 10 segmentos do setor terciário. "A entidade atua nas mais diversas cadeias produtivas da economia, que compõem 52,5% do Produto Interno Bruto estadual (PIB) e responde por mais de 50% dos empregos formais do Estado", destaca.
Segundo o dirigente, a Fecomércio-RS integra o grupo de risco do governo do Estado, responsável pela estratégia de ações, como por exemplo, o fechamento ou não dos negócios, conforme a classificação por regiões com o uso de bandeiras, determinado maior ou menor grau de restrições para as atividades econômicas.
"Entendemos que as bandeiras devem existir: amarela, laranja, vermelha e preta para indicar o grau de risco naquelas comunidades, mas na nossa avaliação e na solicitação que fizemos ao governo, não se deve fechar integralmente em nenhuma bandeira. Nós não vemos qualquer conexão de contágio pela Covid-19 pela abertura do comércio, levando-se em conta que está se usando todos os equipamentos de segurança."

"Economia e saúde são importantes, sem um não existe outro", afirma Bohn

Jornal do Comércio - Como a Fecomércio-RS está atuando junto ao associado neste momento?
Luiz Carlos Bohn - Nunca foi tão necessário estarmos presentes, junto com eles. Nós existimos para isto, para facilitar a vida de quem empreende e, no nosso caso, o setor terciário, do comerciante e do prestador de serviço. Muitas vezes, a gente não tinha muita certeza para que existimos. Quando tudo vai bem, não preciso de ninguém para me defender, mas em um momento como este, que a gente vê uma dicotomia, um take away entre o que é mais importante - se economia, se a saúde, se é a vida. Os dois são tão importantes, porque sem economia saudável, não tem saúde saudável também. Então por isto, eu digo que, de fato, as entidades estiveram presentes desde o primeiro momento: desde o fechamento dos negócios. Solicitamos reduções tributárias, redução de obrigações, prorrogações de prazos e parcelamentos.
JC - Que orientações são necessárias neste momento adverso?
Bohn - As orientações técnicas e jurídicas, a gente tem fornecido, orientando o que pode ou não pode abrir. A lei nova, questão de suspensão de trabalho. Nós temos 450 mil contratos de trabalho entre comércio e indústria, que foram suspensos em função da pandemia da Covid-19. E tem todas as orientações dos acordos com os sindicatos laborais, como as autoridades e de como se aplica realmente isto. A Fecomércio-RS presta, inclusive, uma informação para os seus empresários sobre decretos municipais. A entidade está monitorando os decretos municipais, o que fecha ou não fecha, o que pode de diferente um do outro.
JC - Como os empresários estão tentando minimizar dos prejuízos?
Bohn - Estamos observando que a venda presencial é muito importante e, em alguns casos, ela é insubstituível, mas eu vi experiência de empresário dentro de shopping center, com lojas fechadas, que diz não ter perdido o faturamento. Ele trabalhou no seu cadastro, com endereço, telefone, e-mail. A loja era tão conhecida, com um produto que bastava olhar pela internet e que não precisa experimentar. Ele conseguiu vender sem perdas. Este empresário é alguém criativo. A gente procura saída para todas as dificuldades. Está muito difícil para todo mundo. A crise é muito profunda e a crise maior será o emprego - nas micro e pequenas empresas, que devem fechar em grande quantidade. São mais de 123 mil empregos destruídos de março até maio deste ano.
JC - Em um novo normal surgirá um novo empresário?
Bohn - Renovado, sim. Para começar, vão sobreviver alguns, boa parte vai sucumbir. Não quer dizer que aqueles que sucumbirem não retornem diferentes. Vamos chamá-los, sim, de um novo empresário. Aquele que vai aprender depois da guerra. Mar calmo não faz marinheiro bom! Aquele que aprender a navegar neste mar difícil vai se sair melhor.
JC - Também surgirão novas oportunidades pós-pandemia da Covid-19?
Bohn - As grandes novidades que temos hoje no mundo, que são a internet e as grandes viagens espaciais, nasceram logo depois do pós-guerra (Segunda Guerra Mundial). Ali foi um momento de dificuldades em que todos botaram os seus esforços com o objetivo de sair daquela situação. Então, surgirão coisas que nem imaginamos. Algo que estará muito mais presente é a ligação digital, virtual - cada vez mais conectados. Extremamente conectados.