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Publicada em 07 de Abril de 2025 às 16:48

Cotrijal inaugura nova unidade no Vale do Rio Pardo, mas mantém cautela para 2025

Inauguração da Unidade de Albardão, em Rio Pardo/RS, ocorreu em março

Inauguração da Unidade de Albardão, em Rio Pardo/RS, ocorreu em março

Bruna Scheifler Divulgação/Cotrijal
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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
Mesmo no cenário de cautela em relação aos investimentos, em virtude do quarto ano de dificuldades na safra, a partir deste mês de março, os produtores vinculados à cooperativa Cotrijal entre as regiões do Vale do Rio Pardo e as áreas ao sul contam com uma nova estrutura de recebimento e armazenagem de grãos, em Rio Pardo, na região conhecida como Albardão. Um investimento de R$ 38 milhões que, até agosto, deve estar com funcionamento a pleno, desde o recebimento, pesagem e armazenagem. Aporte que, segundo o presidente da cooperativa, Nei Manica, ao menos até que se tenha os resultados conclusivos da safra, deve ser isolado.
"Na unidade de Albardão, atendemos a uma antiga demanda dos produtores daquela região de Rio Pardo e Encruzilhada do Sul, reduzindo custos de logística e aumentando a nossa capilaridade. Nessa primeira etapa, chegaremos a 15 mil toneladas de capacidade de armazenar lá, podendo chegar a 60 mil. Hoje temos uma capacidade de armazenamento de 1,2 milhão de toneladas e, é claro, sempre há déficit, mas neste ano, com todas as circunstâncias que estamos vivendo, de quatro anos com dificuldades, qualquer possível ampliação nessa estrutura se dará pontualmente, em unidades que já operamos, sem grandes investimentos", garante o presidente.
Segundo Manica, hoje a produção dos 17mil associados da Cotrijal divide-se em 25% no Norte, outros 25% no Sul e 50% na faixa central do Estado, onde fica a sede da cooperativa, em Não-Me-Toque. Está no eixo sul, segundo ele, a maior capacidade de expansão da produção e de novas áreas.
O momento, porém, é de expectativa. Há projeção na Cotrijal de quebra de até 50% na safra da soja com a estiagem, somada às cheias do ano passado, que deixaram marcas no solo.
"Será um ano muito difícil. Precisamos de seguro a nível federal para os produtores. É a única forma de garantir mais tranquilidade para produzir no campo. Temos incentivado este produtor cada vez mais a garantir safras de inverno, seja com o trigo, cevada ou, agora, com a canola. Garantir renda fora do período da safra de verão é fundamental, mas precisa ter segurança", aponta o dirigente.

Fábrica de transformação da soja

É justamente segurança que a Cotrijal, em parceria com a Cotripal e a Cotrisal, busca com o projeto Solitres. Uma parceria entre as três cooperativas para erguer uma indústria de transformação da soja própria. Manica não antecipa detalhes do projeto, mas assegura: está certo e avançando.
Em dois anos, a Cotrijal deve desembolsar R$ 300 milhões na Solitres. A estimativa do presidente é de que, até maio, o projeto da futura indústria esteja pronto e seja anunciado. Ainda não foi tornada pública a sede da futura indústria que deverá receber as produções não somente dos cooperativados das associadas, mas o que estiver disponível no mercado.
"A insegurança das últimas safras não ameaça o plano da indústria, porque produção sempre vamos ter. A prioridade, claro, é a soja produzida pelos nossos associados, mas, se preciso, buscaremos no mercado e até fora do Rio Grande do Sul", indica.
Em 2024, a Cotrijal registrou faturamento de R$ 4,9 bilhões. Bem abaixo dos R$ 5,4 bilhões que projetava. Neste ano, o plano inicial era conseguir atingir R$ 5,7 bilhões. Algo que Nei Manica já considera bastante difícil, e imagina atingir R$ 5 bilhões de faturamento. 

FICHA TÉCNICA

Investimento: R$ 338 milhões
Estágio: R$ 38 milhões (Em execução), R$ 300 milhões (Anunciado)
Empresa: Cooperativa Cotrijal
Cidade: Rio Pardo
Área: Infraestrutura
Investimentos em 2024: R$ 150 milhões

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