As incertezas com mais uma safra prejudicada pela estiagem aumentam a cautela em relação a novos investimentos, mas não reduzem o ritmo da expansão na capacidade de recebimento e armazenagem da Cooperativa Tritícola Caçapavana (Cotrisul) em 2025. A cooperativa planeja desembolsos na faixa dos R$ 40 milhões este ano especificamente na ampliação da sua capacidade.
"Iniciamos em setembro do ano passado as obras para ampliação da capacidade de armazenagem da nossa unidade em Lavras do Sul, e será a única obra neste ano. Em abril, já deverá estar funcionando parcialmente, e a perspectiva é de que em janeiro de 2026 esteja a pleno. É o terceiro grande investimento em sequência que temos feito na busca de recuperar o déficit que temos em relação à armazenagem", explica o presidente da Cotrisul, Gilberto da Fontoura.
A partir do investimento em Lavras do Sul, serão mais 500 mil sacos (35 mil toneladas de grãos) de capacidade para receber, limpar, secar e armazenar principalmente arroz e soja. Em 2023, ação semelhante aconteceu na Unidade Contrato, no limite entre Caçapava do Sul e Santana da Boa Vista. No ano passado, a prioridade foi a ampliação da maior unidade da cooperativa, na Unidade Graneleiro, também em Caçapava do Sul, com o funcionamento pleno desde o mês passado.
A prioridade na ampliação do recebimento e armazenagem é considerada fundamental pela cooperativa para garantir, em 2024, um faturamento que chegou a R$ 1,88 bilhão, ou R$ 619 milhões a mais do que em 2023. Os números foram apresentados em assembleia aos 2,5 mil associados nesta segunda-feira, 24 de março. A estratégia, de acordo com Fontoura, é que o produtor, ao saber que a cooperativa tem maior capacidade, movimenta mais a sua safra com a Cotrisul, ao mesmo tempo em que fideliza este produtor no consumo de insumos fornecidos pela cooperativa durante o plantio.
Em 2024, a cooperativa registrou 74% do seu faturamento a partir do recebimento de soja, mesmo com o alto índice de avarias nos grãos produzidos na sua região de atuação. No arroz, houve crescimento no recebimento, mas no trigo, redução.
"Nossa projeção para 2025 é conseguirmos repetir os resultados de 2024", aponta o dirigente.
Com a seca, a Cotrisul projeta perda de 25% na soja, que deve chegar a 10 milhões de sacos (500 mil toneladas de grãos). A safra do arroz não registrou perdas e deve chegar a 1 milhão de sacos à cooperativa.
A produção dos associados da Cotrisul concentra-se em 11 municípios entre o Centro e a Campanha, ocupando a maior parte das áreas em Caçapava do Sul, Cachoeira do Sul, Lavras do Sul, Santana da Boa Vista e Piratini, além da presença em outros seis municípios próximos.
"É uma área já bem consolidada, mas ainda com bastante espaço para avanços no plantio, especialmente da soja. Temos trabalhado agora, em parceria com o Sebrae e os produtores, em um projeto de maior integração entre a pecuária, que é a cultura dominante na nossa região, e a lavoura. Nosso departamento técnico vai a campo com o objetivo de fazer com que o produtor tenha ganhos com a soja e a carne ao mesmo tempo, com as culturas ajudando o solo, e não competindo", explica o presidente da cooperativa.
A estimativa é de que 80% dos produtores de soja vinculados à cooperativa também tenham a pecuária nas suas propriedades, especialmente do gado de corte. A Cotrisul mantém ainda uma fábrica de rações em Caçapava do Sul, com capacidade de produzir 20 mil toneladas por ano.
FICHA TÉCNICA
Investimento: R$ 40 milhões
Estágio: Em execução
Empresa: Cooperativa Cotrisul
Cidade: Lavras do Sul
Área: Infraestrutura
Investimentos em 2024: R$ 30 milhões
Estágio: Em execução
Empresa: Cooperativa Cotrisul
Cidade: Lavras do Sul
Área: Infraestrutura
Investimentos em 2024: R$ 30 milhões