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Publicada em 14 de Janeiro de 2025 às 16:20

Cooperativa Garibaldi investe em melhorias na pesquisa e no manejo da uva

Desenvolvimento de uvas resistentes às mudanças climáticas é prioridade na Garibaldi

Desenvolvimento de uvas resistentes às mudanças climáticas é prioridade na Garibaldi

Garibaldi/Divulgação/JC
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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
A aposta da Cooperativa Vinícola Garibaldi para garantir o avanço, especialmente no mercado nacional, e driblar as dificuldades climáticas no cultivo da uva está na qualidade. Por isso, em 2024, a cooperativa manteve em alta seus investimentos, com R$ 5 milhões desembolsados, em ações de manejo de precisão para os 450 produtores cooperados. Outros R$ 7,5 milhões foram aportados na ampliação da capacidade de recebimento e armazenamento de uvas na cooperativa da Serra Gaúcha.
A aposta da Cooperativa Vinícola Garibaldi para garantir o avanço, especialmente no mercado nacional, e driblar as dificuldades climáticas no cultivo da uva está na qualidade. Por isso, em 2024, a cooperativa manteve em alta seus investimentos, com R$ 5 milhões desembolsados, em ações de manejo de precisão para os 450 produtores cooperados. Outros R$ 7,5 milhões foram aportados na ampliação da capacidade de recebimento e armazenamento de uvas na cooperativa da Serra Gaúcha.
Os R$ 12,5 milhões desembolsados em 2024 mantêm uma tendência apontada pelo diretor administrativo da Garibaldi, Alexandre Angonezi, nos últimos 15 anos. Segundo ele, houve uma transformação no campo e na produção de sucos, vinhos e espumantes da vinícola, absorvendo R$ 100 milhões em investimentos neste período. "Temos um dos mais modernos complexos fabris do mundo para sucos, vinhos e espumantes", assegura.
Neste início de janeiro, a Vinícola Garibaldi começou a receber as uvas da safra de 2025, com um primeiro carregamento de 70 mil quilos da fruta, sobretudo da variedade Chardonnay, destinada à elaboração de espumantes. A estimativa é de que sejam entregues em torno de 28 milhões de quilos de uva pelos 450 cooperados. Desse total, a maior parte será de uvas das castas Moscato, Prosecco e Chardonnay utilizadas na elaboração dos espumantes e as uvas Isabel e Bordô utilizadas na elaboração de suco da marca.
Uma das novidades dessa safra será o incremento no recebimento de uvas do tipo Irsai Olivér. Essa será a primeira safra de recebimento desta casta que será utilizada para a elaboração de espumantes.

Da pesquisa ao manejo da uva

O desenvolvimento de novas cultivares e de aprimoramento da qualidade das uvas está no centro dos aportes da cooperativa. A Garibaldi mantém seu vinhedo experimental e trabalha atualmente na pesquisa, em conjunto com uma cooperativa italiana, de 60 diferentes variedades de uvas mais resistentes e adaptáveis. A estrutura conta também com um laboratório para análise do que é plantado e colhido pela cooperativa.
De acordo com Angonezi, são plantas mais resistentes a doenças fúngicas, que é o que mais afeta as plantas em situações de estresse hídrico, como a vivida na safra de 2023, com os efeitos do El Niño, e que tendem a se repetir com as mudanças climáticas. A cooperativa registrou 30% de perda na safra. Depois de produzir 19,6 milhões de litros de sucos, vinhos e espumantes naquela safra, a expectativa é chegar a um crescimento de 7% com os resultados de 2024.
Melhoria que segue, após a pesquisa, nos aportes de manejo. Desde a colheita até o recebimento das uvas, o processo está automatizado e mais detalhado. Os chamados "bins", que são caixas não muito grandes, com capacidade para 400 quilos de uva, são acoplados aos tratores e posteriormente seguem até a indústria, diminuindo os danos à uva.
Já no armazenamento e processamento, a Vinícola Garibaldi investiu em tecnologia com tanques menores e com maior controle de temperatura. "Nossa aposta está no produto com maior valor agregado, mesmo que em menor quantidade. Essa prioridade nos garante atender a uma demanda crescente do mercado", garante Angonezi.
Segundo ele, 30% da produção da Garibaldi hoje atende ao mercado do Rio Grande do Sul, e 1% é exportado. Metade da produção resulta em sucos, e em torno de 25% em espumantes. Nos próximos anos, a estratégia da cooperativa é avançar em relação aos espumantes.
"O mercado doméstico é o nosso principal foco, porque percebemos um crescimento no hábito do consumo de vinho no País. No Velho Mundo, há um consumo de até 30 litros per capita anualmente, no Brasil, chegamos a 2 litros. E quando falamos de espumantes, o potencial para o nosso produto no futuro é ainda maior. Hoje, são só 200 ml per capita de consumo anual no País", comenta o diretor.

Ficha técnica

Investimento: R$ 12,5 milhões
Estágio: Concluído
Empresa: Cooperativa Vinícola Garibaldi
Cidade: Garibaldi
Área: Indústria

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