Garantir a boa qualidade das folhas de tabaco para atender ao mercado externo é a prioridade da indústria fumageira Japan Tobacco International (JTI), a partir de Santa Cruz do Sul. Por isso, a empresa mantém o plano de ampliação em pelo menos 43,7% nos seus investimentos e o dos seus produtores associados neste ano no Estado. Um plano que, a partir dos estragos provocados pelas cheias, será reforçado por um projeto de recuperação a parte destes produtores. O planejamento da multinacional instalada há 15 anos no Vale do Rio Pardo já previa investimentos de R$ 115 milhões até o final do ano, especialmente em melhorias aos 11,5 mil produtores associados. A empresa não revela quanto está previsto investir no plano de recuperação para em torno de 2% dos produtores, que tiveram estragos na inundação.
Garantir a boa qualidade das folhas de tabaco para atender ao mercado externo é a prioridade da indústria fumageira Japan Tobacco International (JTI), a partir de Santa Cruz do Sul. Por isso, a empresa mantém o plano de ampliação em pelo menos 43,7% nos seus investimentos e o dos seus produtores associados neste ano no Estado. Um plano que, a partir dos estragos provocados pelas cheias, será reforçado por um projeto de recuperação a parte destes produtores. O planejamento da multinacional instalada há 15 anos no Vale do Rio Pardo já previa investimentos de R$ 115 milhões até o final do ano, especialmente em melhorias aos 11,5 mil produtores associados. A empresa não revela quanto está previsto investir no plano de recuperação para em torno de 2% dos produtores, que tiveram estragos na inundação.
Em 2023, entre as áreas agrícola e industrial - que inclui a fabricação de cigarros em Santa Cruz do Sul -, haviam sido investidos R$ 80 milhões, mesmo valor desembolsado no ano anterior.
"A importância do Rio Grande do Sul é estratégica para a empresa. Com 95% da produção destinada ao Exterior, somos responsáveis por 24% da demanda da JTI no mundo. Então, garantir o alto padrão que o mercado internacional reconhece no tabaco brasileiro é fundamental", explica o líder da operação de tabaco em folha da JTI no Brasil, Roberto Macedo.
A estimativa é de que sejam desembolsados R$ 25 milhões para que os produtores tenham acesso especialmente a estufas para as suas propriedades. Em geral, em áreas de produção familiar, como é a característica do fumo. Para que se tenha uma ideia, este volume de investimento é mais de dez vezes superior aos R$ 2,2 milhões investidos na safra de 2022.
"Lideramos uma série de iniciativas nos últimos anos nas áreas de pesquisa de solo, de plantas e em formas de incentivar o produtor a manter a cultura, e o resultado é que eles voltaram a investir, preparando-se para novas fases no cultivo e na industrialização do tabaco", comenta Macedo.
As melhorias em estufas, por exemplo, garantem redução de até 50% no consumo de lenha nas propriedades. E mesmo no uso deste material, a JTI tem incentivado seus produtores ao reflorestamento de áreas com o eucalipto que, depois, é matéria-prima para o processo de secagem do fumo de maneira mais racional.
"Em um cenário de mudanças climáticas, com El Niño e La Niña, podemos dizer que não existem mais safras normais, então, o investimento no produtor está no centro do nosso planejamento. O nosso esforço tem sido no reforço a medidas de sustentabilidade para que se garanta cada vez maior produtividade nas áreas plantadas. O uso de estufas é uma dessas medidas, mas a nossa assistência técnica próxima ao produtor tem garantido, por exemplo, uma redução no uso de fertilizantes de 20% entre 2019 e 2024. Garantir a resistência do solo é fundamental, porque o Brasil só tem este protagonismo na produção de tabaco pela condição que tem de gerar um produto de alta qualidade com respeito à natureza", explica o diretor.
Roberto Macedo garante que toda a produção da JTI é certificada de ponta a ponta nos seus processos produtivos. A empresa já é considerada quase neutra em emissões de gases do efeito estufa, por exemplo, entre as suas operações industriais e de logística no Estado. Resta chegar aos mesmos índices no início da cadeia, junto ao produtor.
Valores em alta, contrabando também
Mesmo com a ausência de incentivos públicos à produção rural do fumo, e com as limitações do mercado nacional, reforçadas pela manutenção da proibição dos equipamentos eletrônicos pela Anvisa, os preços internacionais são um atrativo a mais ao setor. O tabaco contrariou a redução nas exportações gaúchas no primeiro trimestre do ano. Mesmo com redução no volume exportado, aumentou o valor deste produto.
Nos três primeiros meses do ano, o setor do tabaco gaúcho faturou US$ 611,6 milhões com as vendas para o Exterior, 3,3% a mais do que no mesmo período de 2023.
Do ponto de vista industrial, Macedo diz que os investimentos também não param. Mesmo que somente 5% do fumo colhido aqui resulte em cigarros na fábrica da JTI, a empresa está atenta ao mercado consumidor nacional, já que, segundo o Sindicato da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), 41% dos cigarros consumidos no Brasil hoje têm origem no contrabando.
"Dentro dos valores investidos neste ano, há aportes em melhorias de processos na produção de cigarros e também investimento nas unidades de recebimento e de logística em Santa Cruz do Sul", afirma Roberto Macedo.
Metade do fumo processado pela JTI em Santa Cruz do Sul vem do Paraná e Santa Catarina, por isso, a empresa também tem destinado recursos à melhoria de estruturas de recebimento, especialmente em Santa Catarina, onde inaugura neste ano uma nova unidade de compra, em Mafra. A empresa não revela a quantidade de fumo colhido e processado atualmente, mas finalizou, no último ano, um ciclo de investimentos para elevar em 15% a sua capacidade de processamento no Vale do Rio Pardo.
FICHA TÉCNICA
Investimento: R$ 115 milhões
Estágio: Em execução
Empresa: JTI
Cidade: Santa Cruz do Sul
Área: Indústria
Investimentos em 2023: R$ 80 milhões