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Indústria

- Publicada em 21 de Maio de 2024 às 18:06

Empresa do Vale do Rio Pardo mantém investimento em inovação de materiais de saúde

Empresa gaúcha consolida projeto de nacionalizar a produção de equipamentos como bengalas e muletas

Empresa gaúcha consolida projeto de nacionalizar a produção de equipamentos como bengalas e muletas


MERCUR/DIVULGAÇÃO/JC
No ano em que completa o seu centenário, a Mercur, de Santa Cruz do Sul, investe para consolidar-se como um fornecedor de materiais no setor de saúde. Com aportes que chegam a R$ 10 milhões neste ano, a empresa finaliza investimentos iniciados em 2023 _- quando foram desembolsados R$ 7 milhões - para produzir no seu parque industrial do Vale do Rio Pardo materiais de locomoção, como bengalas, andadores e muletas, e de reabilitação, como elásticos e compressores, com tecnologias próprias.
No ano em que completa o seu centenário, a Mercur, de Santa Cruz do Sul, investe para consolidar-se como um fornecedor de materiais no setor de saúde. Com aportes que chegam a R$ 10 milhões neste ano, a empresa finaliza investimentos iniciados em 2023 _- quando foram desembolsados R$ 7 milhões - para produzir no seu parque industrial do Vale do Rio Pardo materiais de locomoção, como bengalas, andadores e muletas, e de reabilitação, como elásticos e compressores, com tecnologias próprias.
"É um ano muito importante para nós, de consolidação deste projeto de nacionalizar a produção destes equipamentos, com materiais mais adequados à nossa realidade e design também adaptado ao público brasileiro. É resultado de um projeto que desenvolvemos via Finep, pela sua relevância na inovação destes produtos", explica o facilitador de coordenação da Mercur, Ricardo Reckziegel.
Com a compra de máquinas e também uma adequação dos espaços industriais para a produção, sem a necessidade de novas construções, a Mercur projeta ter as novas linhas em operação plena no final deste ano. Um movimento que acontecerá na sequência do fortalecimento da empresa no mercado específico de produtos de saúde. A estimativa é garantir um crescimento de 12,5% no faturamento deste ano. Em 2023, a empresa já conseguiu um crescimento de 9%.
Tecnologia própria
De acordo com Reckziegel, na linha de locomoção, a Mercur estabeleceu novos designs, adaptados ao brasileiro.
"São detalhes, como por exemplo, o apoio de mão de muleta mais ergonômico, com uma angulação que reduza a calosidade nas mãos. Produtos que aumentam o conforto do cliente", diz.
Em relação às mudanças necessárias na indústria para este desenvolvimento nacional de produtos até então importados principalmente da China pela própria Mercur, a empresa investiu em máquinas cortes a laser e dobras de tubos metálicos com mais eficiência.
Já na linha de reabilitação, a empresa desenvolveu o 3D Knit, que substitui o conhecido neoprene. O tear para o desenvolvimento do knit se utiliza de elastano de base natural juntamente com materiais sintéticos. O mais importante, de acordo com Ricardo Reckziegel, é que a perda de retalhos, que são encaminhados ao reuso reduz significativamente. Enquanto no material tradicional a perda chega a 20% por corte, na tecnologia desenvolvida pela Mercur, este índice reduz a 5%.
"A adaptação da produção exige dois tipos de maquinário diferentes. Um deles para o corte de peças abertas e outro para as tubulares", explica.
Sustentabilidade
Mesmo com as atenções voltadas à área da saúde, a Mercur não descuida no nicho que a torna muito popular, especialmente no Rio Grande do Sul, que é o de materiais escolares, com as borrachas. E, assim como nos investimentos em andamento na área da saúde, a sustentabilidade é uma marca para a fabricante de Santa Cruz do Sul.
De acordo com Ricardo Reckziegel, hoje 75% da borrachas escolares da Mercur utilizam matéria-prima vegetal e sustentável. Além do uso de borracha natural, extraída em áreas de exploração sustentável apoiadas pela empresa no Brasil, a composição hoje envolve, por exemplo, fécula de mandioca como substituta de substratos minerais anteriormente usados neste processo.
"O salto para conseguirmos chegar aos 75% de material renovável, é resultado da intensificação do trabalho de pesquisa e aplicação que temos feito nos últimos dois anos. Nossa meta é chegarmos ao 100% renováveis nesta linha de produtos. A tecnologia ainda não permite, mas estamos atentos a toda inovação", garante Ricardo Reckziegel.
Os investimentos da Mercur neste ano dividem-se em R$ 7 milhões na sequência dos aportes da linha de saúde e R$ 3 milhões em outros processos, como o da linha de borrachas escolares. Algo que, pelo menos por enquanto, ainda não impacta com tanta força no mercado consumidor, mas é apontado como um investimento futura da Mercur.
"O ramo de materiais escolares é sempre um desafio. As papelarias estão se transformando, com as vendas online e com a entrada muito forte, por exemplo, dos chineses, com preços mais atrativos, mas sem um controle da origem e da marca que deixam ao meio ambiente. Talvez o mercado não valorize hoje este movimento que estamos fazendo, mas está no nosso DNA e temos notado segmentos que têm aumentado o interesse em garantir a origem sustentável também neste tipo de compra. Reduzir impactos, em qualquer setor industrial, é fundamental", aponta o representante da empresa.
Para que se tenha uma ideia, desde 2009 a Mercur tem um inventário de emissões. Agora, por exemplo, com o movimento de aumento da sua produção, e a perspectiva de aumento das emissões, a empresa já trata de garantir a neutralização, seja com plantio de vegetação ou compra de créditos de carbono. Desde 2014, a empresa é considerada carbono neutro.
"Todos os movimentos que fazemos têm o intuito de impactar nesta medida, não só em relação aos processos industriais. Por exemplo, quando nacionalizamos a produção de muletas, estamos não apenas otimizando a produção, como reduzindo impactos logísticos e ambientais que envolvem o transporte deste produto desde a China", explica.
São credenciais como essas que aproximaram a Mercur do Boticário neste ano, para o desenvolvimento de uma linha especial, com volume limitado, já distribuído nas lojas da marca de cosméticos, de aplicadores de maquiagem especialmente desenhados para garantir a acessibilidade ao público PCD.
"Temos uma visão muito especial em relação ao público PCD. Então a Boticário nos apresentou a ideia que tinham e a Mercur desenvolveu todos os modelos e materiais, com o uso de borracha natural e cargas vegetais, e também produziu aqui em Santa Cruz do Sul", conta Ricardo Reckziegel.
O material resultou em uma ação específica do Boticário, e que agora passa por um período de validação para seguir ou não em produção. Reckziegel não descarta até mesmo a inclusão dos materiais no portfólio da empresa gaúcha.
Manutenção dos aportes e solidariedade
A empresa, que mantém seus planos de investimento, não chegou a ter a estrutura afetada em função das enchentes que atingiram o Estado recentemente. A Mercur chegou a suspender a produção temporariamente, por segurança dos colaboradores, mas já retomou as operações a pleno e tem se somado à onda de solidariedade às vítimas. Segundo a assessoria da empresa, foram doados mais de 100 andadores, bengalas e muletas para atingidos pelas cheias, por meio da Secretaria Estadual da Saúde. Além disso, foram distribuídos pela indústria 5 mil materiais escolares, especialmente borrachas, repassados à Secretaria Estadual da Educação.
 
FICHA TÉCNICA
Investimento: R$ 10 milhões
Estágio: Em execução
Empresa: Mercur
Cidade: Santa Cruz do Sul
Área: Indústria
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Investimentos em 2023: R$ 7 milhões