A partir de agora, quem comprar um produto de um vendedor associado à plataforma da Amazon no Rio Grande do Sul poderá receber a mercadoria, assim como já acontece com os produtos do varejo próprio da empresa, no intervalo de um dia. Esse é o resultado da operação que passa a unir varejo e marketplace em um único centro de distribuição (CD), na cidade de Nova Santa Rita, na Região Metropolitana de Porto Alegre, dentro do 3SB Parque Logístico. O Rio Grande do Sul é o primeiro local onde a Amazon Brasil implanta o sistema, que já funciona em 21 países.
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Para que se tenha uma ideia, no mundo inteiro, 60% dos itens vendidos pela Amazon são de outros vendedores, no chamado marketplace, uma espécie de shopping virtual dentro do aplicativo da empresa, e 99% destes fornecedores são pequenas e médias empresas. Só no Rio Grande do Sul, a Amazon Brasil contabiliza pelo menos dois mil "sellers" - em todo o País são 60 mil, que atualmente vendem os seus produtos pela plataforma, mas a expedição e entrega é feita separadamente por cada vendedor.
"Agora, os produtos que saírem aqui do nosso CD no Rio Grande do Sul, no momento em que o cliente faz a compra, vão aparecer sempre a Amazon que entrega. E, com isso, com todas as vantagens, inclusive, que os nossos clientes prime têm", explica o diretor de marketplace da Amazon Brasil, Ricardo Garrido.
Segundo ele, a escolha por inaugurar a experiência em Nova Santa Rita foi consequência da maior sensibilidade do governo gaúcho, que foi o primeiro a aprovar um regime tributário especial, permitindo a armazenagem e distribuição de produtos de marketplace juntamente com o varejo da responsável pelo CD.
Experiência reduz custos aos vendedores
O projeto-piloto iniciou ainda em 2023, e inclui, além da disponibilidade de espaços no CD, o reforço logístico para coleta e entrega dos produtos pela Amazon. A empresa não revela quanto foi investido no complexo.
"O resultado é redução de custos e tempo de entrega para o vendedor e garante ainda mais vantagens, especialmente no tempo de entrega, para os nossos compradores. Em uma operação como essa, às vezes, duas horas que se perde entre um centro de distribuição e outro faz toda a diferença no tempo de entrega", resume Garrido.
Em São Paulo, por exemplo, onde não há a flexibilização tributária para a centralização das operações, há um CD para os produtos de varejo e outro para o marketplace, distante poucos quilômetros entre um e outro. "E isso representa custo para erguer uma estrutura, armazenar em um novo espaço, garantir uma expedição separada", comenta o diretor.
Nesta etapa de testes da unificação das operações, 41 "sellers" participaram. Um deles é a LS Bolsas, empresa que fabrica estojos e mochilas em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, e que, desde a inauguração do centro de distribuição da Amazon no Estado, em 2020, passou a comercializar seus produtos pela plataforma.
"As vendas online hoje representam em torno de 30% do nosso faturamento, e com o novo modelo que começamos a testar no ano passado, já reduzimos em 30% dos custos logísticos, com o tempo médio de entrega caindo de dez para três dias", diz o diretor da empresa, Daniel Sganzerla.
E a tendência, segundo ele, é otimizar ainda mais a operação, já que a empresa passará a fazer parte do roteiro de coleta da multinacional, que levará os seus produtos até o CD de Nova Santa Rita, uma operação até então feita pela empresa vendedora.
Operações em teste já ocorrem no complexo em Nova Santa Rita. Fotos: Evandro Oliveira/JC
Mais de 400 funcionários
De acordo com a líder da operação do CD, Ana Laura Bueno, a ampliação das operações em Nova Santa Rita não demandaram aumento em relação aos 40 mil metros quadrados que a Amazon ocupa no parque logístico. Somente ali, são 450 funcionários e, em período de grandes promoções, como a Black Friday, chegam ao dobro. A empresa não contabiliza o volume de trabalhadores indiretos, envolvidos em todas operações logísticas no Estado.
"O Rio Grande do Sul é estratégico nas linhas que temos investido no país desde 2019, priorizando, de um lado, a logística, que pensa sempre na entrega rápida, e o atendimento pleno da demanda, garantindo mais produtos no varejo e no marketplace. Equilibrar o nível do nosso serviço com o dos vendedores parceiros era um desafio", aponta Garrido.
Inaugurado em outubro de 2020, o centro de distribuição de Nova Santa Rita é um dos dez em operação no país desde 2019. Em 1,3 mil cidades, a Amazon garante até dois dias de prazo para entregas, e, em 200, que incluem Porto Alegre e a Região Metropolitana, um dia.
Como é a estrutura da Amazon em Nova Santa Rita
Recebimento: os produtos próprios do varejo e de vendedores associados chegam a um mesmo local no centro de distribuição e, só depois de triados e registrados, são "bipados" e passam a constar no sistema de vendas da Amazon, ou seja, não há como comprar um produto que não está em estoque.
Armazenagem: pode parecer caótica, com produtos como amaciantes de roupas ou livros, por vezes, dividindo um mesmo e mais de um corredor dentro do centro de distribuição, mas é isso o que garante a agilidade para a entrega.
Expedição: quando o seu pedido é registrado pelo sistema, funcionários com carrinhos ou empilhadeiras passam a circular pelo CD, com indicação de onde encontrarão os produtos da sua cesta de compras mais próximos um do outro. Logo, o que parecia caótico é o mais lógico para garantir o fechamento da compra em menor tempo.
Entrega: fechada a compra, o produto é embalado, pesado e passa à organização das rotas de entrega. O CD concentra todas as compras do Rio Grande do Sul e pode também enviar produtos para outros estados, assim como recebe de outros CDs no País.
FICHA TÉCNICA
Investimento: não informado
Estágio: Concluído
Empresa: Amazon Brasil
Cidade: Nova Santa Rita
Área: Varejo/Serviços
Estágio: Concluído
Empresa: Amazon Brasil
Cidade: Nova Santa Rita
Área: Varejo/Serviços