Mercur investe para nacionalizar a produção de andadores, bengalas e muletas

Fabricante de Santa Cruz do Sul faz aporte de R$ 15 milhões em 2023 para reforçar suas linhas de produção no mercado da saúde

Por Eduardo Torres

Empresa Mercur, de Santa Cruz do Sul, completa 100 anos em 2024 e amplia produção nacional
A fabricante gaúcha Mercur, com forte presença nos mercados de educação e saúde brasileiros, avança em seu projeto de nacionalizar plenamente a produção de andadores, bengalas e muletas. Atualmente, boa parte da produção ainda é importada da Ásia. O projeto envolve a maior parte dos R$ 15 milhões em investimentos executados em 2023 pela empresa de Santa Cruz do Sul.

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"Estamos investindo na compra de novos equipamentos para implementarmos essas linhas de produção nas nossas fábricas. Termos aumento da presença nas áreas de saúde e educação no mercado nacional é uma prioridade da empresa. Desde a metade do último ano, já lançamos mais de 40 novos produtos, e o nosso planejamento é seguirmos inovando com novos lançamentos no começo de 2024", explica o facilitador de direção da empresa, Jorge Hoelzel.
E se as linhas de andadores, suportes e bengalas são destaques entre as novidades da Mercur, Hoelzel garante que o início do próximo ano letivo também reservará uma série de novos produtos para a sala de aula, especialmente as tradicionais borrachas escolares.
"Estamos trabalhando em novos formatos, cores e modelos. Porque este é um item histórico da nossa marca e uma necessidade permanente do mercado", diz o dirigente.
E esse trabalho, no caso da Mercur, vem com um diferencial de responsabilidade ambiental e social. Em seus produtos, 95% da borracha utilizada tem origem natural, seja de florestas plantadas no Sudeste ou de comunidades de seringueiros na Floresta Amazônica, que têm toda a sua cadeia produtiva incentivada pela empresa. Apenas cerca de 5% - por especificidades técnicas dos produtos - ainda são produzidos a partir de borracha sintética, que exige processos industriais mais complexos e poluentes.
A aposta da Mercur na produção limpa já garante, desde 2015, a condição de carbono neutro, a partir de mudanças nos métodos produtivos e no plantio de árvores nativas, especialmente no Vale do Rio Pardo. Para que se tenha uma ideia, entre 2009 e 2022, as emissões em todo o processo produtivo da Mercur reduziram de 3,1 toneladas de gases de efeito estufa para 1,1 toneladas.
"Toda essa mudança que iniciamos em 2009 tem reforçado a imagem da empresa. Hoje, somos chamados para contar o que acontece na Mercur", conta Jorge Hoelzel.
Com duas plantas industriais que, somadas, contam com 20 mil metros quadrados em Santa Cruz do Sul, a Mercur emprega 700 pessoas. A empresa completará 100 anos em 2024 e, justamente por optar por um reposicionamento no mercado a partir da primeira década deste século, vive agora um momento de retomada.
"Tivemos muita perda em faturamento e também redirecionamos nossa atuação. Antes, exportávamos para até 27 países. Hoje, nosso foco está no mercado nacional. Nossa atuação tinha que estar em harmonia com o que o mundo exige hoje, e foi o que optamos por fazer", explica.
Em 2022, a empresa teve faturamento de R$ 140 milhões e, para 2023, a perspectiva é de ampliar em quase 20% esse volume, chegando a R$ 165 milhões.
FICHA TÉCNICA
Investimento: R$ 15 milhões
Estágio: Em execução
Empresa: Mercur
Cidade: Santa Cruz do Sul
Área: Indústria