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Indústria

- Publicada em 18 de Maio de 2023 às 18:08

Moinho Santa Maria investe para ampliar em 40% a produção de farinha de trigo

Moinho Santa Maria aportará pelo menos R$ 20 milhões em 2023

Moinho Santa Maria aportará pelo menos R$ 20 milhões em 2023


MOINHO SANTA MARIA/DIVULGAÇÃO/JC
O Moinho Santa Maria, dono da marca de farinha de trigo Maria Inês, amplia, a partir deste ano, a sua capacidade de produção de farinhas em mais de 40%, chegando a 1 mil toneladas processadas diariamente. Uma ampliação concretizada a partir da compra, efetivada entre dezembro do ano passado e janeiro de 2023, das instalações do Moinho Cruzeiro do Sul, em Canoas. A aquisição do moinho que pertencia à multinacional Glencore, não tem o valor divulgado, mas, de acordo com o diretor-presidente do Moinho Santa Maria, José Antoniazzi, entre os primeiros desembolsos com a compra e os aportes em melhorias de maquinários e processos em suas unidades, a empresa investe em 2023 mais de R$ 20 milhões.
O Moinho Santa Maria, dono da marca de farinha de trigo Maria Inês, amplia, a partir deste ano, a sua capacidade de produção de farinhas em mais de 40%, chegando a 1 mil toneladas processadas diariamente. Uma ampliação concretizada a partir da compra, efetivada entre dezembro do ano passado e janeiro de 2023, das instalações do Moinho Cruzeiro do Sul, em Canoas. A aquisição do moinho que pertencia à multinacional Glencore, não tem o valor divulgado, mas, de acordo com o diretor-presidente do Moinho Santa Maria, José Antoniazzi, entre os primeiros desembolsos com a compra e os aportes em melhorias de maquinários e processos em suas unidades, a empresa investe em 2023 mais de R$ 20 milhões.

• LEIA TAMBÉM: Confira tudo sobre os investimentos realizados em 2023 no RS

"Há mais de um ano estávamos enfrentando um problema sério de falta de capacidade para atender à demanda do mercado. Vínhamos procurando por um moinho onde pudéssemos já iniciar a produção logo após a aquisição, e chegamos a olhar áreas inclusive em São Paulo. A negociação em Canoas foi uma grande oportunidade que aproveitamos", diz o diretor.
Agora, a empresa tem a sua unidade fabril em Santa Maria e duas em Canoas. Cada uma com um nicho dos setores hoje atendidos pelo moinho, que hoje está entre os cinco maiores do Estado. Em Santa Maria, há a produção principalmente de farinhas para pré-misturas como bolos, pães ou massas doces. Na primeira unidade de Canoas, são processadas e embaladas farinhas destinadas à indústria, com o envase de bags e embalagens de 25 quilos. Já na nova unidade do município da Região Metropolitana, são embaladas farinhas de 1 e 5 quilos, além de pré-misturas.
De acordo com Antoniazzi, as novas instalações garantem à empresa uma capacidade de 20 horas por dia de moagem. Uma produção que, até o ano passado, estava ativa mas, nos próximos anos, exigirá novos investimentos para atender às exigências da empresa.
"É uma unidade que já conta com maquinário que torna possível a nossa operação, mas faremos alguns investimentos em maquinário para envase e automação da produção, além de obras na infraestrutura, especialmente em uma ampliação necessária do depósito desta fábrica", explica.
Este investimento está direcionado à produção em Santa Maria. São aportados R$ 8 milhões entre a aquisição de maquinário de envase importado da Suíça e a remodelação desta operação.
 

Presença no mercado

Fundada em 1950 no Centro do Rio Grande do Sul, há 12 anos o Moinho Santa Maria adquiriu a sua primeira operação em Canoas, no local onde até então operava o Moinho Guindane. Ao todo, as três unidades somarão 500 empregos diretos e indiretos até o final deste ano. "Nossa prioridade é a linha doméstica de farinhas, com a nossa marca, Maria Inês, e também com a terceirização desta produção de farinha para redes de varejo, por exemplo", explica José Antoniazzi.
O moinho fabrica, por exemplo, as linhas próprias de farinha do Carrefour, Super e Rede Vivo. Mas também atende a linha de panificação, com pré-misturas, destinadas principalmente ao mercado do Sudeste do Brasil. E há a linha de farinhas destinadas à indústria, com fornecimento para grandes clientes como a Nestlé, Bauducco e Germani.
A partir das fábricas gaúchas, os produtos hoje chegam a toda a região Sul e, no Sudeste, a empresa mantém inclusive um centro de distribuição, em Guarulhos. "Hoje temos uma das marcas de farinha preferidas pelo consumidor do Rio Grande do Sul. Historicamente, sempre atendemos muito bem o interior do Estado, mas, hoje, já somos a segunda farinha na preferência de consumo na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) e estamos consolidados também em Santa Catarina. Em São Paulo, nossa atenção está destinada realmente à panificação", diz o diretor da empresa.

Boas perspectivas para o trigo

E a perspectiva é de maior presença, qualidade e competitividade no mercado brasileiro de farinhas. Resultado da melhoria na safra do trigo gaúcho. Para que se tenha uma ideia, há cinco anos, a produção do Moinho Santa Maria utilizava 40% do trigo vindo da Argentina. Hoje, este índice caiu para 10%.
"Há uma conjunção de fatores, mas o principal é que melhorou muito a qualidade do nosso trigo. Nestes dois últimos anos, especialmente, o produtor gaúcho investiu mais não apenas na produção, mas na pesquisa em melhorias do grão", aponta Antoniazzi.
A última safra de trigo gaúcha rendeu 6 milhões de toneladas. Por outro lado, há o agravamento da guerra entre a Rússia e Ucrânia, de onde vinham 33% do trigo usado no Brasil, e quebras na produção e na qualidade da Argentina e do Paraná. Com mais uma temporada de escassez, que afeta diretamente a soja, a tendência é, em 2023, mais uma vez a produção do trigo ganhar destaque na lavoura gaúcha.
Para que se tenha uma ideia, da competitividade que o processamento do trigo gaúcho ganha com o aumento da produção e da qualidade, a tonelada do trigo argentino custa R$ 2 mil ao moinho. O produto gaúcho custa R$ 1,4 mil.

FICHA TÉCNICA


Investimento: R$ 20 milhões
Estágio: Em execução
Empresa: Moinho Santa Maria
Cidade: Canoas e Santa Maria
Área: Indústria