JTI investe R$ 80 milhões em unidade de processamento de tabaco

Em um ano, planta em Santa Cruz do Sul já ampliou em 6% sua capacidade produtiva

Por Eduardo Torres

Boa parte do investimento deste ano foi para renovação de máquinas
Com uma meta de ampliar em até 15% a sua atual capacidade de processamento de tabaco - de 50 mil toneladas por ano - até o final de 2023, a Japan Tobacco International (JTI) fechará 2022 com investimentos de R$ 80 milhões em suas operações, em Santa Cruz do Sul. Completando um ano da planta de processamento, a empresa já ampliou em 6% a capacidade inicial de produção.
O aporte faz parte do plano de investimentos anunciado ainda no ano passado, que previa R$ 123 milhões aportados até o final de 2023 nas operações da JTI no Rio Grande do Sul. "Nosso investimento não está voltado apenas ao aumento de produtividade, mas, principalmente, ao aumento de eficiência na produção e na qualidade do produto que sai daqui. É uma exigência do mercado, e nós estamos em plena evolução", afirma o diretor de assuntos corporativos da JTI, Flávio Goulart.
Em torno de 65% do aporte deste ano é dedicado ao maquinário, com a renovação da linha de produção, com tecnologia italiana. De acordo com Goulart, o investimento é direcionado à automação da produção e a aplicação de inteligência artificial neste processo. "O processamento do fumo é uma fase primária da produção, que acaba definindo a qualidade do produto final. É na unidade de processamento que as folhas são separadas e processadas para as composições de cada uma das nossas marcas. Hoje, o que fazemos em Santa Cruz do Sul é essencial para a produção da JTI", explica Goulart.
Para que se tenha uma ideia, até 2021, todo o fumo que era comprado pela empresa - 50% do Rio Grande do Sul e o restante de Santa Catarina e Paraná - era transportado até Santa Cruz do Sul e precisava ser exportado, ainda cru, para a Antuérpia, na Bélgica, onde a empresa fazia o processamento das folhas. Só então, uma pequena parte do produto retornava a Santa Cruz do Sul para a fábrica de cigarros também operada pela JTI na cidade.
Atualmente, conta o diretor, a empresa responde por apenas 7% do mercado nacional e exporta para a Bolívia e alguns países do Caribe. Então, a maior parte da produção hoje processada no Estado, portanto, com maior valor agregado, é exportada para as demais unidades da JTI no mundo.

Pesquisa avança no desenvolvimento de sementes

Para garantir a qualidade do produto processado em Santa Cruz do Sul, a empresa está atenta ao que acontece bem antes da industrialização. Parte do investimento é feita no Centro de Desenvolvimento da JTI, também instalado na cidade gaúcha. Ali, estão sendo desenvolvidas sementes próprias que em breve chegarão aos produtores relacionados com a empresa.
"A pesquisa é parte fundamental na busca de maior qualidade no produto, por isso, o investimento é feito para equipar e instrumentalizar o nosso centro de pesquisa, desde a infraestrutura até a tecnologia para as experiências. Estamos atualmente em fase de testes de campo dessas sementes, é um processo que leva mais de um ano. É quando atestamos se os melhoramentos darão ou não o resultado esperado na safra", explica o diretor Flavio Goulart.
A expectativa é de que na próxima safra já sejam distribuídas de maneira "semicomercial" as sementes desenvolvidas pela JTI. “O fato da existência do programa de melhoramento de plantas e, consequentemente, a eminência de termos as primeiras variedades próprias de tabaco disponíveis aos nossos produtores, reforça o compromisso da JTI em estar 100% inserida à Produção Integrada de Tabaco no Brasil”, afirma o gerente do Centro de Desenvolvimento Agronômico e Treinamento em Extensão Rural, Mauro Feuerborn.
Ele também salienta que significa a garantia de desenvolvimento de materiais genéticos que cumpram com as atuais e futuras regulações impostas aos produtos do tabaco. Entre a unidade de processamento, a fábrica de cigarros e todo o pessoal envolvido a cada safra, a JTI chega a empregar até 1 mil pessoas em cada ciclo de produção de tabaco. Um processo que tem em uma das pontas o relacionamento com os produtores rurais.
Entre os resultados do investimento feito em 2022, a JTI destaca a entrega da chamada Casa do Produtor. É lá que os produtores negociam o fumo produzido na região.

FICHA TÉCNICA

Investimento: R$ 80 milhões
Empresa: JTI
Cidade: Santa Cruz do Sul
Área: indústria
Estágio: em execução