Biotecno constrói nova fábrica de equipamentos para conservação de vacinas em Santa Rosa

Empresa investe de R$ 5 milhões em nova planta industrial no Rio Grande do Sul

Por Eduardo Torres

Nova fábrica da Biotecno em construção no município de Santa Rosa
A corrida pelas vacinas contra Covid-19 exigiu grande investimento do poder público não apenas na compra do suprimento, mas também na infraestrutura para dar conta do armazenamento e da vacinação da população. O resultado foi o aquecimento do mercado de refrigeração na área da saúde e a necessidade de redimensionar a produção.
É o que acontece neste ano na Biotecno, em Santa Rosa. Com um investimento de R$ 5 milhões, a empresa que atua há 20 anos no setor iniciou há três meses a construção da sua nova fábrica, em uma área cedida pelo município para a expansão produtiva.
"É um investimento com pés no chão, necessário para conseguirmos manter a produção no seu atual ritmo, e com aposta na qualificação dos nossos produtos. O aporte que estamos fazendo inclui as obras estruturais e a compra de novos maquinários para a fabricação das câmaras frias, freezeres e outros produtos para refrigeração em saúde", explica o diretor presidente da empresa, Nerci Linck.
A ampliação se dará por etapas. Na primeira delas, serão construídos 2 mil metros quadrados para abrigar a unidade produtiva da empresa que, com o aumento da demanda desde 2020, se obrigou a alugar prédios e terceirizar parte da fabricação.
Com a nova unidade erguida, a Biotecno seguirá operando a parte administrativa no seu atual prédio, de 1,5 mil metros quadrados. A perspectiva é ampliar em até 50% o número de funcionários na linha de produção, passando de um total de 80 para 120 colaboradores na Biotecno.
A ideia, de acordo com diretor, é chegar a 4 mil metros quadrados de área construída ao final desta expansão, com a projeção de outros R$ 2 milhões em investimentos, ainda sem um prazo definido.

Mercado está em expansão

"Com essa expansão, manteremos a nossa condição atual de produzir 300 equipamentos por mês, com custos menores do que temos encontrado atualmente e que nos deem condições de fazer a diferença em um mercado que, só no Brasil, é de 50 mil unidades de saúde que precisam do nosso produto", diz o diretor-presidente da empresa, Nerci Linck.
A empresa de Santa Rosa atende hoje 40% do abastecimento de refrigeração para vacinas ao poder público no Brasil. Uma fatia de 70% de toda a produção da Biotecno, que agora projeta o crescimento no mercado externo.
"A demanda pela tecnologia que temos aqui é crescente principalmente em países da América do Sul, como Peru, Chile, Bolívia e Equador. E temos ainda o fornecimento de equipamentos menores para Emirados Árabes e alguns países da África. O nosso país tem hoje uma estrutura para refrigeração de vacinas, sangue e outros insumos de saúde muito avançada. Acredito que isso explique boa parte do sucesso na campanha de vacinação desde o ano passado", aponta Linck.

Tecnologia desenvolvida aqui

Para que se tenha uma ideia, há pouco mais de 10 anos, a estatística apontava perdas de até 40% de imunizantes em virtude da má conservação. Foi em 2010 que a Biotecno percebeu a oportunidade de fazer a diferença ao lançar um sistema emergencial inédito para estes equipamentos, que mantém a temperatura adequada mesmo sem energia elétrica e conta com monitoramento inteligente do desempenho do produto refrigerado.
As câmaras já teriam um boom natural em 2020, quando passou a vigorar o regramento em todo o País proibindo a manutenção de vacinas em geladeiras comuns. A pandemia acabou acelerando este processo. "Apostamos na nossa capacidade de produzir em alta quantidade para superarmos muitos aventureiros que entraram neste setor a partir dos editais públicos de compras durante a pandemia. A manutenção desse diferencial vem com a nossa busca constante de novas certificações internacionais", diz o empresário.
A Biotecno tem entre os seus clientes instituições como o Butantan, Fiocruz e os grandes produtores da suinocultura no Brasil. É que, enquanto mira no mercado de vacinas e insumos da saúde, a empresa não descuida da pesquisa. Foi desenvolvida em Santa Rosa uma linha de refrigeração de sêmen de suínos com capacidade de precisão única, e que levou à certificação pela JBS e BRF.
De acordo com Nerci Linck, o avanço das atividades para o setor de agroindústria está entre os planos para os próximos anos da Biotecno.

Ficha técnica

Investimento: R$ 5 milhões
Empresa: Biotecno
Cidade: Santa Rosa
Área: Indústria
Estágio: Em execução em 2022