A gestão dos portos públicos do Rio Grande do Sul, sob a forma de empresa pública, e não mais uma autarquia do Estado, fechará o seu primeiro ano de atuação com o maior investimento próprio na infraestrutura portuária gaúcha em uma década. Até outubro, devem ser concluídos os processos de licitação para batimetria, dragagem do canal e pavimentação do cais público em Rio Grande, com investimentos previstos de R$ 100 milhões. E ainda no final do ano, com prosseguimento até os primeiros meses de 2023, é esperado o lançamento de outras duas licitações para contratações de serviços de sistema de controle de tráfego portuário e de automatização dos gates, com a perspectiva de outros R$ 70 milhões em aportes próprios da nova empresa pública.
A transformação da Portos RS, com a extinção da Superintendência do Porto de Rio Grande, autorizada ainda no ano passado pela Assembleia Legislativa, foi completada em maio deste ano. É responsável pela gestão dos portos de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre, além da malha hidroviária relacionada ao transporte de cargas interno no Estado.
"Nós seguimos públicos, é uma empresa que tem como sócio único o governo estadual, mas a autonomia nos permitiu garantir investimentos a partir do faturamento dos portos. Isso representa a possibilidade de desenvolvermos projetos que estavam represados há bastante tempo e que, sem dúvida, farão a diferença na qualidade do que podemos oferecer na logística portuária", afirma o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger.
A transformação da Portos RS, com a extinção da Superintendência do Porto de Rio Grande, autorizada ainda no ano passado pela Assembleia Legislativa, foi completada em maio deste ano. É responsável pela gestão dos portos de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre, além da malha hidroviária relacionada ao transporte de cargas interno no Estado.
"Nós seguimos públicos, é uma empresa que tem como sócio único o governo estadual, mas a autonomia nos permitiu garantir investimentos a partir do faturamento dos portos. Isso representa a possibilidade de desenvolvermos projetos que estavam represados há bastante tempo e que, sem dúvida, farão a diferença na qualidade do que podemos oferecer na logística portuária", afirma o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger.
Dragagem do acesso a Rio Grande
Segundo Klinger, investimento na dragagem também terá novos aportes anuais
Portos RS/Divulgação/JC
Para que se tenha uma ideia, a última dragagem feita no canal do Porto de Rio Grande foi viabilizada com recursos federais há mais de dois anos. Também em 2020, o Estado investiu R$ 17 milhões na dragagem da hidrovia interior. No pacote de investimentos deste ano, a dragagem deve consumir a maior parte dos recursos - ainda sem resultado na licitação -, estimados em pelo menos o dobro do investido pelo Estado há dois anos.
Conforme o projeto a ser licitado, é esperada a dragagem de 2 milhões de metros cúbicos entre o canal de acesso ao porto, a área de navegação até o cais público durante três meses. Há dois anos, o governo federal dragou 16 milhões de toneladas e o porto teve homologado calado de 15 metros. "Nossa ideia é manter este calado, por isso é importante este investimento na dragagem, que acontece neste ano e que terá novos aportes anuais para a sua manutenção", aponta Klinger.
Segundo ele, está em fase de preparação, com conclusão provavelmente no próximo ano, um edital para a dragagem também da hidrovia entre Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre.
Maior segurança na navegação
Outra fatia do investimento deste primeiro ano de operação da Portos RS destinada ao tráfego no Porto de Rio Grande é feita em melhorias na batimetria. Em um porto com capacidade para receber até 43 navios simultaneamente, é fundamental que medições de profundidade do canal e do local de atracação tenham precisão constante, e esta é a tarefa das sondagens batimétricas.
Outra fatia do investimento deste primeiro ano de operação da Portos RS destinada ao tráfego no Porto de Rio Grande é feita em melhorias na batimetria. Em um porto com capacidade para receber até 43 navios simultaneamente, é fundamental que medições de profundidade do canal e do local de atracação tenham precisão constante, e esta é a tarefa das sondagens batimétricas.
Além de confirmar para os navegantes a manutenção da profundidade permanentemente, o sistema também é responsável por informar as características de assoreamento das áreas navegáveis e dos berços de atracação. Atualmente, este levantamento é feito de forma indireta por um equipamento chamado ecobatímetro, instalado em uma embarcação que transita pelo porto.
Redução de custos logísticos
Todos os anos, em torno de 52 milhões de toneladas de carga passam pelos portos gaúchos. Representam 27% do PIB do Estado. "Se por um lado estamos investindo para manter a capacidade do porto de receber grandes embarcações, estamos atuando para que sejamos mais competitivos em termos de infraestrutura", explica Cristiano Klinger.
Com a pavimentação de 20 mil metros quadrados das vias internas do Porto Novo de Rio Grande, com reforço na estrutura próxima às balanças e um sistema de drenagem mais eficiente, a expectativa é de que se ganhe mais agilidade na carga e descarga e, com isso, redução nos custos logísticos.
A ação será combinada com as contratações dos serviços de modernização do sistema de controle de tráfego e de automatização dos gates, ambos devem ser contratados por cinco anos.
"Com esta automatização, os caminhões que chegam carregados podem ser pesados automaticamente, sem a necessidade da parada e de todo o tempo que hoje se perde nesta operação, por exemplo", aponta o presidente da Portos RS.
"Com esta automatização, os caminhões que chegam carregados podem ser pesados automaticamente, sem a necessidade da parada e de todo o tempo que hoje se perde nesta operação, por exemplo", aponta o presidente da Portos RS.
Investimentos privados a caminho
Depois de um primeiro semestre de redução de 14,91% na movimentação de Rio Grande - a principal operação da Portos RS -, como consequência direta do declínio de quase 80% no embarque da soja este ano em relação à primeira metade do ano passado, a expectativa agora está na possibilidade de novos investimentos privados nas áreas portuárias.
"Há um grande atrativo para a economia das energias renováveis, desde o hidrogênio verde até a eólica onshore e offshore. Temos a perspectiva de, em breve, termos novos terminais e a ampliação dos já existentes", diz Cristiano Klinger.
Segundo o presidente, há ainda duas áreas - uma delas o terminal de arroz - entre Rio Grande e Porto Alegre já aprovadas para futuras concessões federais.
FICHA TÉCNICA
Investimento: R$ 170 milhões
Empresa: Portos RS
Cidades: Rio Grande, Porto Alegre, Pelotas
Área: infraestrutura
Estágio: em execução até 2023