A eleição para a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul trouxe algumas surpresas na sua renovação. O deputado mais votado - Gustavo Victorino (Republicanos) - é um novato na Assembleia, assim como o vereador da Capital Matheus Gomes (PSOL), por exemplo, que aparece entre os mais votados.
Victorino é jornalista e advogado, nunca disputou nenhuma eleição, e, ainda assim, conquistou 112.920 votos. É possível fazer uma ligação entre sua conquista com o crescimento dos aliados ao governo federal no Estado, como o senador eleito Hamilton Mourão (Republicanos) e Onyx Lorenzoni (PL), que passou para o segundo turno na disputa ao governo do Estado em 1º lugar.
Além de Victorino, os mais votados para o Legislativo gaúcho foram Luciana Genro, reeleita deputada pelo PSOL, com 111.126, e o filho de Onyx, Rodrigo Lorenzoni (PL), com 85.692. Silvana Covatti (PP) aparece em quarto lugar, com 82.717. Em quinto lugar surge o vereador Matheus Gomes, conquistando uma cadeira pelo PSOl, com 82.401.
Entre os novatos, também é destaque o irmão mais novo do candidato do PT ao Palácio Piratini, Edegar Pretto. Adão Pretto Filho foi eleito pelo PT com 66.457 votos.
Os partidos Republicanos e o Partido Liberal são os que mais sentiram os reflexos da presença do governo federal, chegando a cinco cadeiras na Assembleia Legislativa. Entre as novidades para o Parlamento gaúcho, surgem Professor Claudio, o mais votado pelo Podemos, com 33.709. Junto com ele, compõe a bancada do partido o ex-secretário de Turismo Ronaldo Santini, egresso do PTB, com 28.294 votos.
O Partido Liberal manteve suas cinco vagas, e vem representado com, além de Lorezoni, a reeleita Kelly Moraes, também ex-PTB; Paparico Bacchi, reeleito com 59.646, e a irmã do ex-deputado Luís Augusto Lara, Adriana Lara, eleita com 28.309 votos. O partido apostava ainda na eleição da filha do deputado federal Bibo Nunes, Camila Nunes, mas a candidata acabou na segunda suplência, com 25.500.
O PTB manteve apenas uma cadeira na nova legislatura, com Elizandro Sabino reeleito com 31.937 votos. O PDT, por sua vez, conquistou o retorno do ex-deputado estadual Gilmar Sossella, com uma votação de 24.946 votos.
Já o MDB surpreendeu pela perda de cadeiras. Não conseguiu reeleger nomes considerados garantidos, como dos deputados Tiago Simon, Gilberto Capoani e Carlos Búrigo.
Partidos modificam a proporção da representatividade no Parlamento
Nesta eleição de 2022 houve mudanças importantes na proporção de representação dos partidos. No comparativo do número de cadeiras conquistadas pelas siglas, é possível avaliar que a Federação Brasil da Esperança (PCdoB/PT/PV) foi uma das grandes vencedoras, conquistando 12 cadeiras na Assembleia Legislativa.
O PT tinha 10 cadeiras na eleição de 2014, perdendo uma na eleição de 2018.
Já o MDB diminuiu sua representação no Parlamento. Se nas eleições de 2014 e 2018 tinha oito deputados estaduais, nesta perdeu duas representações. O Progressistas (PP) vem mantendo as mesmas sete vagas nas últimas três eleições.
O PDT, por sua vez, que havia conquistado oito cadeiras nas eleições de 2014, elegeu quatro deputados agora, mantendo o mesmo número obtido da eleição passada.