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Publicada em 22 de Abril de 2025 às 18:33

O adeus a Francisco, o Papa agregador

ARTE/JC
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A morte do Papa Francisco representa o fim de um Pontificado marcado pela busca por uma maior aproximação entre a Igreja Católica e os fiéis. Durante os 12 anos à frente do Vaticano, Francisco defendeu mudanças e abordou temas contemporâneos.
A morte do Papa Francisco representa o fim de um Pontificado marcado pela busca por uma maior aproximação entre a Igreja Católica e os fiéis. Durante os 12 anos à frente do Vaticano, Francisco defendeu mudanças e abordou temas contemporâneos.
Humilde, bem humorado, aberto ao diálogo e um grande defensor da paz, o argentino Jorge Mario Bergoglio foi o primeiro Papa das Américas e o primeiro Papa jesuíta. Entra para a história como um agregador, que não só pregou como também viveu o Evangelho.
Até mesmo para o momento da sua partida, tal qual São Francisco de Assis, que inspirou a escolha do seu nome enquanto Papa, fez valer seu desejo pela simplicidade.
Há um ano, em abril de 2024, Francisco aprovou novas diretrizes para os funerais papais com o intuito de simplificar e adaptar alguns dos ritos. A ideia por trás das alterações é que a cerimônia de despedida seja como a de um seguidor de Cristo, um homem comum, sem a pompa adotada nos funerais de seus antecessores e nos de grandes líderes.
Francisco também introduziu avanços e derrubou alguns tabus na Igreja Católica, como por exemplo a autorização para que casais do mesmo sexo obtenham a bênção de padres. Além da inclusão das pessoas LGBTQIA , abordou ainda as questões climáticas.
Em suas pregações, não faltaram críticas às guerras, à concentração de riquezas e à política adotada por muitas nações diante da crise migratória.
Ampliou a participação feminina dentro da Igreja, passando de 19,2% de mulheres entre os funcionários do Vaticano em 2013, quando teve início seu papado, para 23,4% após uma década. Já em relação à ordenação de mulheres como sacerdotes não houve avanço, permanecendo o ato proibido.
Na expectativa da realização do Conclave e da escolha do próximo Papa, surgem dúvidas sobre como será o futuro da Igreja Católica.
Dependendo de quem for o escolhido, as pautas defendidas por Francisco poderão ser pausadas, dando espaço a uma linha mais conversadora.
O que não deve ser esquecido pelo futuro líder da Igreja Católica é a proximidade que Francisco sempre teve não só com os fiéis, mas também com representantes de outras religiões, mostrando o êxito da sua personalidade agregadora.
O Brasil ainda é o país com o maior contingente de católicos no mundo - dos cerca de 1,4 bilhão de seguidores, segundo dados do Vaticano até o ano de 2022, são 182,9 milhões de brasileiros.
Um Papa atento a questões que falam com os problemas enfrentados pela população no seu cotidiano é essencial para manter a conexão entre a Igreja e os fiéis.
 

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