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Publicada em 16 de Abril de 2025 às 19:36

Impasse sobre dívidas coloca agro gaúcho em risco

ARTE/JC
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O agronegócio gaúcho aguarda um posicionamento do Ministério da Fazenda sobre a suspensão das dívidas dos produtores rurais com vencimento em abril. O setor reivindica a renegociação dos débitos e teme que seja inviável para alguns produtores seguirem com suas atividades, uma vez que os recursos disponíveis precisarão ser direcionados para saldar as contas.
O agronegócio gaúcho aguarda um posicionamento do Ministério da Fazenda sobre a suspensão das dívidas dos produtores rurais com vencimento em abril. O setor reivindica a renegociação dos débitos e teme que seja inviável para alguns produtores seguirem com suas atividades, uma vez que os recursos disponíveis precisarão ser direcionados para saldar as contas.
O Rio Grande do Sul vem enfrentando ao longo dos anos uma sequência de adversidades climáticas. Sucessivas estiagens e a enchente de maio de 2024 causaram graves prejuízos ao agro gaúcho. No caso das cheias do ano passado, plantações foram arrasadas, rebanhos dizimados e maquinários destruídos pelas chuvas.
Representantes do agronegócio e do governo federal têm se reunido em busca de medidas de socorro ao setor. A ideia do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em publicar uma resolução na qual as parcelas das dívidas estariam suspensas até setembro de 2025 não avançou.
Nesta semana, em mais um encontro em Brasília, dessa vez com representantes do Ministério da Fazenda, a recomendação do Mapa foi ignorada, ficando a promessa de uma nova rodada de negociações na próxima semana. Um fato novo surgido na ocasião, por parte do governo federal, foi o condicionamento da interrupção das cobranças à elaboração de diagnóstico detalhado sobre as perdas sofridas pelos produtores.
O tema das dívidas também vem sendo debatido no Congresso Nacional. Projeto de lei de autoria do senador gaúcho Luis Carlos Heinze (PP) propõe a securitização das dívidas dos produtores rurais afetados por perdas climáticas. O PL 320/2025 já foi encaminhado à Comissão de Agricultura e aguarda análise do relator. Há ainda um outro projeto, este do deputado federal gaúcho Pedro Westphalen (PP), que propõe a aprovação do alongamento das dívidas de produtores rurais impactados por eventos climáticos adversos desde 2021.
Enquanto não há uma resposta imediata por parte do governo federal e os projetos propostos ainda precisam passar por todos os trâmites para que possam entrar em vigor, a sensação no meio rural é de insegurança.
Os produtores precisam de fôlego para reorganizar os recursos e fazer investimentos em irrigação e outras alternativas que protejam suas atividades. Sem a suspensão do pagamento das dívidas, a crise no campo deve se agravar e se estender para além das propriedades rurais e, se não for solucionada, terá impactos na economia do Rio Grande do Sul como um todo.
 

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