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Publicada em 27 de Março de 2025 às 19:28

Vilão da inflação, preço do ovo tende a cair após a Páscoa

ARTE/JC
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As expectativas quanto à redução da inflação no Brasil não são nada animadoras. Em março, a inflação dos alimentos no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) desacelerou a 0,64%, após marcar 1,23% em fevereiro, associada a fatores como a trégua da energia elétrica residencial. Contudo, ainda que o resultado tenha sido melhor, no acumulado de 12 meses, acelerou a 5,26%, tendo como grande vilão o ovo de galinha.
As expectativas quanto à redução da inflação no Brasil não são nada animadoras. Em março, a inflação dos alimentos no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) desacelerou a 0,64%, após marcar 1,23% em fevereiro, associada a fatores como a trégua da energia elétrica residencial. Contudo, ainda que o resultado tenha sido melhor, no acumulado de 12 meses, acelerou a 5,26%, tendo como grande vilão o ovo de galinha.
Se em 2024, o volume da produção nacional de ovos atingiu 3,83 bilhões de dúzias - avanço de 11,5% em relação ao ano anterior e um novo recorde na série histórica - fazendo com que a oferta fosse maior que a demanda, mantendo os preços equalizados, em 2025 a situação se inverteu e de forma rápida.
Um fator determinante para isso foi o aumento dos custos de produção do milho, principal ingrediente da ração das aves. Em um cálculo parcial do primeiro trimestre, o preço do milho subiu 28% em relação ao mesmo período do ano passado.
De fato, um valor que pesa na produção de ovos e, consequentemente, é repassado aos varejistas. Desde o início do ano, o aumento da proteína foi de quase 40%, segundo a Associação Brasileira de Supermercados. Só que não é apenas o milho que pressiona.
Enquanto nos Estados Unidos, onde o valor do ovo também disparou, a causa é a Gripe Aviária, que levou ao abate de milhares de aves, por aqui há escassez de oferta no mercado interno - justamente devido à demanda por exportações - e crescimento da procura, devido à alta dos preços das demais proteínas.
O calor recorde do verão no Brasil, igualmente, influenciou a produção de ovos. Com 40 graus ou quase isso em diversas regiões as aves ficaram extremamente sensibilizadas, passaram a comer menos e colocar menos ovos. Algumas, inclusive, não resistiram às altas temperaturas.
No Rio Grande do Sul, particularmente, os preços ainda têm influência da enchente histórica de maio. Vários plantéis foram totalmente destruídos e milhares de aves acabaram morrendo. Naqueles em que os prejuízos não foram tão grandes, os problemas foram com a logística. Muitas granjas não conseguiam comprar ração nem escoar os ovos, o que levou à redução da produção.
A boa notícia é que, na segunda quinzena de março, com os consumidores mais descapitalizados, pressionando por descontos, o valor dos ovos teve recuo. Em algumas regiões, a retração ficou entre 4% a 5%. Outra boa notícia é a tendência de uma maior redução nos preços após a Páscoa - período de demanda elevada.
 

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