Porto Alegre celebra 253 anos nesta quarta-feira, ainda em processo de recuperação da enchente histórica que atingiu a cidade há pouco mais de 10 meses. A infraestrutura pública danificada, paulatinamente, está sendo recuperada, planos para os moradores de áreas mais vulneráveis estão em andamento, assim como a disseminação do conceito de resiliência climática.
A emergência climática de maio afetou 30% do território de Porto Alegre, impactando mais de 160 mil habitantes e mais de 20 mil domicílios de interesse social. Uma situação que deixou evidente a necessidade urgente de repensar a ocupação do território, integrando ao desenho urbano estratégias de resiliência e adaptação climática. A enchente ainda causou um prejuízo de R$ 12,3 bilhões aos cofres públicos.
As graves perdas, contudo, não impediram Porto Alegre de continuar se reinventando. Em janeiro, a cidade alcançou o posto de segunda capital mais competitiva do Brasil.
Entre todos os municípios do País, o Ranking de Competitividade dos Municípios, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) em parceria com a Gove e a Seall, indica que a capital gaúcha obteve uma pontuação geral de 63.91, ficando em 4º lugar, subindo quatro posições em relação a 2021, quando ocupava a 8ª posição. Entre as capitais, Porto Alegre está atrás apenas de Florianópolis.
A cidade também assumiu o 3º lugar entre os municípios brasileiros no quesito inovação e dinamismo econômico, assim como na categoria Capital Humano.
É uma importante distinção em um momento em que na cidade estão em andamento ações de recuperação em seis eixos estratégicos: infraestrutura e equipamentos públicos; adaptação climática; habitação; transformação urbana; financeiro e econômico; e gerenciamento de dados e monitoramento.
Dentro de duas semanas, um dos maiores eventos do ecossistema de inovação e negócios na América Latina, o South Summit reunirá investidores, empresas, startups e empreendedores no Cais Mauá em Porto Alegre. A edição de 2025 terá como mote, justamente, o tema "Para além da resiliência". E as startups são um eixo fundamental nesse caminho.
Porto Alegre tem buscado se guiar pela inovação e pela sustentabilidade para adaptar estruturas urbanas às mudanças climáticas, sobretudo na renovação do sistema de proteção contra as cheias e na mitigação e contingência. E é isso que os porto-alegrenses mais querem: uma cidade que se reinventa, que seja ambientalmente mais segura e capaz de lidar com as consequências climáticas.