Falta de inovação, obsolescência tecnológica, alta carga tributária, problemas de infraestrutura e falta de mão de obra qualificada. A indústria brasileira enfrenta desafios diários para crescer, mas vem conseguindo contornar os obstáculos.
Em janeiro de 2024, o governo federal lançou o ousado projeto Nova Indústria Brasil (NIB). Agora, em fevereiro de 2025, mais de um ano depois, um balanço das ações mostra que o programa já atraiu R$ 3,4 trilhões em investimentos. O governo federal investiu R$ 1,2 trilhão, o setor privado R$ 2,2 trilhões.
No ano passado, a indústria brasileira registrou crescimento de 3,1%, o terceiro maior resultado nos últimos 15 anos. Em janeiro, o nível de produção caiu na comparação com dezembro. Nada que preocupe o setor, já que o cenário é usual para o período e a queda se deu de forma mais branda que em anos anteriores.
Um exemplo é o setor de máquinas e equipamentos. Em janeiro, registrou queda de 4,6% frente a dezembro, mas subiu 19,5% no comparativo com janeiro de 2024. As vendas, entre mercado interno e exportações, alcançaram R$ 20,5 bilhões em receita líquida, segundo a Abimaq, associação que representa os fabricantes de bens de capital mecânicos.
Situação semelhante ocorreu no Rio Grande do Sul na indústria de transformação. No comparativo do primeiro mês do ano de 2024 e 2025, o crescimento foi de 8%, conforme dados da Fiergs.
É interessante destacar que no primeiro ano do NIB, a indústria nacional alcançou 83% de utilização da capacidade instalada. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi o maior índice dos últimos 13 anos. Além disso, o faturamento real subiu 5,6%, o maior desde 2010.
Outro ponto a favor do Brasil é o indicador sobre o desenvolvimento industrial da Organização das Nações Unidas, o Unido, que mostra um salto da 70ª para a 40ª posição.
No RS, o crescimento no emprego, as quedas na ociosidade e nos estoques e a estabilidade na produção, indicam um início de ano mais promissor para o setor. A última Sondagem Industrial da Fiergs (janeiro) mostra que, para os próximos seis meses, quase 67% das empresas desejam investir, na expectativa por aumento da demanda, das exportações, do emprego e das compras de matérias-primas no Estado.
Os números já consolidados e as perspectivas se mostram favoráveis a um crescimento ainda mais expressivo em 2025. Contudo, mesmo que celebrando, o setor industrial trabalha com máxima cautela, sobretudo em função dos juros em alta.