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Publicada em 03 de Fevereiro de 2025 às 01:25

A economia da Argentina no primeiro ano de Milei

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A atual situação econômico-social da Argentina é resultado de uma combinação de fatores históricos, políticos e financeiros que se amontoaram ao longo dos últimos anos. Em dezembro de 2023, Javier Milei assumiu o país em meio a uma profunda crise social e econômica, prometendo, por meio da máxima eficiência e do mínimo desperdício na utilização de recursos públicos, colocar a nação nos trilhos. Segue o bê-á-bá do libertarismo à risca para alcançar seus objetivos, mas, pelo caminho, brotam efeitos colaterais, principalmente sociais.
A atual situação econômico-social da Argentina é resultado de uma combinação de fatores históricos, políticos e financeiros que se amontoaram ao longo dos últimos anos. Em dezembro de 2023, Javier Milei assumiu o país em meio a uma profunda crise social e econômica, prometendo, por meio da máxima eficiência e do mínimo desperdício na utilização de recursos públicos, colocar a nação nos trilhos. Segue o bê-á-bá do libertarismo à risca para alcançar seus objetivos, mas, pelo caminho, brotam efeitos colaterais, principalmente sociais.
Quando Milei assumiu, a Argentina atravessava a sua terceira grande crise econômica recente, com um déficit fiscal insistente, alta dívida externa e falta de reservas da moeda norte-americana nos cofres públicos. Desde então, a dívida do governo caiu de 156% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 para 77% em 2024, com projeções de redução para 50% até 2026. Igualmente, a inflação, que fechou em 211,4% em 2023, ficou em 117,8% em 2024.
Os avanços econômicos são evidentes. Naturalmente, ainda está presente o risco de vulnerabilidade externa, conforme a Argentina avança para a próxima fase do período de ajuste macroeconômico, que envolverá a remoção de controles de capital e câmbio ainda em vigor. Contudo, se nesta seara, em 12 meses, o libertarismo de Milei conseguiu alçar a Argentina a um patamar capaz de sustentar o déficit externo, recebendo elogios do FMI e levando a Moody's a elevar a nota de crédito do país de "Ca" para "Caa3" (ainda no grau especulativo), para a população, a melhora das condições socioeconômicas não acompanha o ritmo.
O ano de 2024 começou com uma forte deterioração. Dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos mostram que o país chegou a ter, no primeiro semestre, mais argentinos pobres do que não pobres. Eram 52,9% - 15,7 milhões de pessoas -, ou seja, mais da metade da população, sendo 5,4 milhões em situação de indigência.
No terceiro trimestre, segundo o mesmo instituto, houve queda, com 38,9% na pobreza e 8,6% em indigência. Essa diminuição é atribuída à desaceleração do aumento de preços e ao aumento relativo da capacidade de compra, ainda que o desemprego tenha avançado, atingindo mais de um milhão de argentinos.
Milei já havia avisado que a situação poderia piorar antes de melhorar. Não existe uma fórmula mágica para tirar a Argentina do atoleiro das últimas décadas.
O fato é que a economia começou a dar sinais de recuperação com suas medidas. O PIB vem crescendo e o FMI projetou um aumento robusto para 2025.

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