O cenário econômico do Brasil em 2025 será marcado por grandes desafios, entre eles o equilíbrio da taxa de juros, a inflação e o controle da dívida pública. Um cenário que é praticamente o mesmo do ano que se encerrou, marcado por oscilações da Selic - que atingiu novamente patamares de dois dígitos - como forma de controlar a inflação e equilibrar as pressões macroeconômicas sobre diferentes setores da economia.
Entre os principais pilares para manter a estabilidade econômica de uma nação está o controle da inflação e, no ano de 2024, a meta brasileira estabelecida, de 3%, com 1,5 ponto percentual de tolerância, foi descumprida. Segundo dados consolidados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação fechou em 4,83%. Ou seja, o IPCA ficou 0,33 p.p. acima, o mais alto desde 2022 (5,79%).
Para o IBGE, uma situação que se explica pelas variações climáticas, pela alta cotação do dólar e pelo preço da carne. Contudo, não se pode deixar de levar em conta que a meta da inflação foi descumprida três vezes em quatro anos.
Um panorama que dá um recado nada animador a investidores quanto à capacidade de o Brasil - mesmo que acompanhado de outras grandes economias mundiais que enfrentam dificuldades no controle da inflação - manter o controle inflacionário.
Soma-se a isso o aumento da taxa de juros - fechou 2024 em 12,25% - e da dívida pública - que perfaz mais de R$ 7,2 trilhões, atingindo 61% do Produto Interno Bruto (PIB). Outros dois sinais de uma economia em desequilíbrio.
Para a população, inflação representa queda na qualidade de vida, com a renda sendo corroída. Em 2024, os preços da alimentação no domicílio aumentaram 8,23%. A análise é de que os problemas climáticos, com forte seca em diferentes regiões, além de enchentes de proporções históricas no Rio Grande do Sul, reduziram a oferta de mercadorias. O dólar alto, acima de R$6,00, igualmente contribuiu.
A principal solução tem sido o aperto da política monetária, com alta dos juros. Medida que, para alguns economistas, é bastante questionável na atual conjuntura, já que tende a dificultar o crescimento econômico.
Ainda que o Boletim Focus estime um crescimento de 2% para 2025 e o Fundo Monetário Internacional de 2,5%, infelizmente, a situação econômica tende a piorar ao longo de 2025. No primeiro relatório Focus do ano, a previsão é de alta da inflação, ultrapassando o teto da meta, e Selic a 15% ao fim do período. É torcer para que as análises estejam incorretas e que o governo consiga barrar uma maior deterioração da economia.