Um dos principais desafios que o prefeito reeleito de Porto Alegre, Sebastião Melo, terá pela frente nos próximos quatro anos está nos gargalos existentes na rede de saúde pública da capital gaúcha. Já neste mês de janeiro, uma dificuldade extra se apresenta. Durante seis dias, entre 13 e 18 de janeiro, as emergências dos hospitais de Clínicas e São Lucas da Pucrs estarão fechadas para o atendimento ao público.
Os motivos são parecidos. No caso do São Lucas, o fechamento será para a realização de reformas estruturais no piso, com os serviços ficando suspensos até 18 de janeiro. Já no Clínicas as obras levarão mais tempo, com as portas permanecendo fechadas entre 13 de janeiro e 17 de março, também para a execução de obras estruturais.
A suspensão temporária do atendimento é só mais um dos inúmeros problemas que necessitam ser enfrentados com rapidez pelo poder público. A ampliação do número de unidades de saúde abertas à noite para atender aos trabalhadores é fundamental, assim como a presença de uma gama maior de atendimentos nos postos, com mais equipes de saúde bucal, por exemplo.
Entretanto, o maior problema diz respeito às filas para a realização de exames e consultas com médicos especialistas.
Atualmente, os números de pessoas nas filas de espera aguardando um dos dois atendimentos são muito elevados. Para a realização de uma consulta com um profissional de saúde especialista, a fila de espera em Porto Alegre no dia 7 de janeiro era de 196.936 solicitações, sendo 180.011 de moradores da cidade e 16.925 de moradores de outros municípios do RS. Já para a realização de um exame, a fila, na mesma data, era de 152.583. Para uma radiografia simples, por exemplos, são mais de 52 mil solicitações em compasso de espera. Exames fundamentais para o diagnóstico e início rápido do tratamento, como a mamografia, tinham 6,6 mil pedidos na fila.
É sabido que a solução para o problema é complexa e depende não somente dos esforços da gestão porto-alegrense. A conhecida "ambulancioterapia" faz com que milhares de pacientes do Interior se desloquem para a Capital. Assim, é urgente a necessidade de que as redes de saúde dos municípios do Interior sejam reforçadas. Em contrapartida, à prefeitura de Porto Alegre cabe o trabalho de ampliar o serviço, disponibilizando mais exames e aumentando a quantidade de consultas com especialistas disponíveis.