O CEO da companhia norte-americana Meta, dona das redes sociais Facebook e Instagram, Mark Zuckerberg, anunciou nesta terça-feira o fim do programa de checagem de fatos profissional em suas plataformas.
Em substituição ao que era feito, ele indicou que as redes sociais de sua propriedade irão adotar um modelo semelhante ao usado no X (antigo Twitter), em que os próprios usuários podem sugerir notas de esclarecimentos das postagens, as chamadas notas da comunidade. A mudança surge em um momento em que o debate a respeito da regulação das redes é intenso.
No Brasil, o tema vem sendo discutido no Parlamento e no Judiciário. Um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) teve início no fim de novembro do ano passado. Os ministros analisam dois recursos que tratam da responsabilidade civil das empresas de tecnologia por conteúdos publicados por terceiros. O julgamento está paralisado em razão de um pedido de vista do ministro André Mendonça.
A difusão da informação passou por enormes transformações. O surgimento e a popularização das redes sociais criaram canais alternativos de distribuição de notícias, com os fatos passando a serem registrados em tempo real pela população. Isso revolucionou sobremaneira o modo como as pessoas consomem informação.
Agora, o acesso aos conteúdos é quase que ilimitado. A mesma pessoa pode informar e ser informada e isto está ao alcance de um toque na tela do celular.
Essa facilidade da tecnologia, ao mesmo tempo em que promoveu uma maior democratização do acesso à informação, também acabou por produzir a explosão das chamadas fake news, ou seja, notícias com fatos mentirosos ou inexatos, publicadas com a intenção deliberada ou não de gerar desinformação.
O debate acerca da necessidade de uma regulação das redes se intensificou no Brasil após a pandemia de Covid-19 e as últimas eleições.
De fato, as redes sociais tornaram-se um campo quase sem leis, em que a disputa por narrativas confunde a opinião pública. Um regramento, portanto, faz sentido, desde que não promova a censura ou limite a livre expressão.
Em meio a essas incertezas, o papel da imprensa tradicional ganha mais importância. Jornais, rádios, revistas, canais de televisão possuem em seus quadros profissionais habilitados e treinados para produzir informação correta e com checagem constante dos fatos. É mais um fator que mostra a relevância do jornalismo profissional para a sociedade.