Último fim de semana de compras antes do Natal e as projeções tanto para o Brasil quanto para o Rio Grande do Sul estão bastante otimistas. Com o desemprego num dos patamares mais baixos da história e, consequentemente, com o aumento da renda das famílias, a receita do comércio varejista promete ser a melhor para a data - a principal do calendário do comércio brasileiro - nos últimos anos.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que o Natal deste ano movimente R$ 69,75 bilhões em vendas, o que representa aumento real de 1,3% (já descontada a inflação) no faturamento do varejo. Mesmo assim, o setor ainda não vai conseguir igualar o patamar pré-pandemia: em 2019, a movimentação foi de R$ 73,74 bilhões.
Nesse cenário, o RS deve figurar entre os estados que vão liderar as vendas no Natal 2024, na quarta posição, atrás de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A maior movimentação é esperada, justamente, a partir deste sábado, se estendendo até terça-feira, véspera do Natal.
O Sindilojas Porto Alegre estima que as compras devem gerar em torno de R$ 600 milhões para o varejo. No Estado, a Federação AGV projeta R$ 4,35 bilhões em vendas no mês de dezembro. Já a FCDL-RS estima que as vendas podem alcançar R$ 6,6 bilhões em todo o Estado.
Naturalmente, dezembro é um mês no qual as vendas do comércio crescem, tradicionalmente, cerca de 30% na comparação com os demais meses do ano, puxadas pelo pagamento do 13° salário. E depois da tragédia climática de maio no RS, que causou um prejuízo de R$ 3,32 bilhões ao varejo, apenas naquele mês, a movimentação nas lojas é um alívio para comerciantes. Muitos deles tiveram perda total, tanto em mobiliário quanto em estoque de produtos, e precisaram recomeçar do zero.
Fator que contribui para as expectativas de boas vendas é que os principais indicadores do mercado de trabalho, no terceiro trimestre de 2024, demonstram a recuperação da economia gaúcha após as enchentes. O número de pessoas ocupadas registrou variação positiva de 2,1% em relação ao trimestre anterior, valor referente a 122 mil vínculos de trabalho. Com mais gente empregada, há mais dinheiro circulando.
O ponto negativo é a desvalorização cambial e o aumento da taxa de juros - que cresce desde setembro -, hoje em 12,25%. O aumento acachapante do dólar deve elevar os preços dos produtos natalinos, enquanto uma Selic mais alta significa crédito mais caro para consumidores.