Os problemas fiscais que o Brasil vem enfrentando em 2024 não desaparecerão com a virada para o próximo ano. As perspectivas dos economistas das principais federações do Rio Grande do Sul - indústria, comércio e empresários - para 2025 são de um ano de altos e baixos.
O ano deve começar bem no que se refere à atividade econômica, principalmente pelo bom desempenho da agropecuária, o que deve marcar o primeiro trimestre. Contudo, com o passar do meses, a previsão é de que haverá uma deterioração no cenário econômico.
O desequilíbrio fiscal persistente e os estímulos econômicos do governo ajudam a traçar um panorama de crescimento acima da média. Um cenário que virá às custas de uma maior pressão inflacionária e de um novo ciclo de aumento nos juros - que tende a recrudescer no primeiro semestre e arrefecer do segundo.
Outros indicativos de que a economia tende a se degradar com o passar dos meses, já estão em curso, como a disparada do dólar e a volatilidade da bolsa. Mais uma vez, situações relacionadas à questão do descontrole nas contas.
O pacote de corte de gastos apresentado pelo governo é o principal vilão. O mercado não crê que as ações propostas sejam capazes de reverter os déficits primários projetados para os próximos anos.
Esse desequilíbrio persistente e estrutural terá como consequências indesejáveis a inflação, o aumento da taxa de juros e da taxa de câmbio. Ou seja, há um receio com a trajetória.
Para 2025, a expectativa da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) para a economia gaúcha é de uma elevação robusta, com previsão de alta de 3,3% (ante 2,1% da média nacional), e aumento de 3,2% na produção industrial, sustentada, em parte, pela baixa base de comparação do ano anterior, mas também amparada pela retomada após a enchente e à boa safra colhida.
Sem descartar a possibilidade de recessão ao final de 2025, a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) acredita que o RS pode registrar um PIB negativo ao fim de 2025. Com a Selic chegando a 15% - atualmente está em 12,25%, o Copom já indicou aumento de 1 ponto percentual nas próximas reuniões -, as perspectivas de empreendedores gaúchos não são de investimentos.
A Federação de Entidades Empresariais do RS (Federasul), vai pelo mesmo caminho. Os dados indicam um cenário mais positivo no Estado do que no Brasil, mesmo que o RS tenha de viver com os efeitos secundários de um ambiente macroeconômico nacional.