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Publicada em 08 de Dezembro de 2024 às 19:07

Os benefícios econômicos do acordo UE-Mercosul

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Um dia histórico para as nações que compõem o Mercosul e a União Europeia. Depois de 25 anos de negociações, o tratado de livre comércio entre o bloco europeu e o sul-americano, que reduz ou zera tarifas e elimina outras barreiras para importação e exportação, foi anunciado na sexta-feira, na Cúpula do Uruguai.
Um dia histórico para as nações que compõem o Mercosul e a União Europeia. Depois de 25 anos de negociações, o tratado de livre comércio entre o bloco europeu e o sul-americano, que reduz ou zera tarifas e elimina outras barreiras para importação e exportação, foi anunciado na sexta-feira, na Cúpula do Uruguai.
O avanço no mercado comum entre UE e Mercosul, hoje desafiado pelo lobby agrícola europeu, era um dos raros consensos expressos no bloco sul-americano, que vem sofrendo nos últimos anos com divergências políticas, desarticulações internas e a necessidade de diversificar as economias das nações que o compõem: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
O pacto, que abrange 19 tópicos, está em discussão desde 1999, reunindo 27 países do bloco europeu e os quatro do Mercosul. Além do comércio de bens, o acordo contempla, por exemplo, a cooperação tecnológica, tendo como fundamento a sustentabilidade. A estimativa é que a aliança envolva 750 milhões de pessoas e 25% da economia mundial.
O acordo, que une, a partir de agora, indelevelmente, os dois lados do oceano Atlântico, ainda deve passar pelas etapas de implementação, nas quais a oposição liderada pela França - maior produtor agrícola da Europa - deve ressurgir, amparada por Polônia, Áustria e Holanda. Por outro lado, há forte apoio de Alemanha, Espanha, Portugal, Suécia, entre outros países. Para os agricultores franceses, o acordo criaria uma competição desleal, uma vez que teriam que competir com mercadorias de países fortes na exportação agropecuária.
Hoje, a UE é o segundo parceiro comercial do Mercosul, depois da China, e o primeiro em matéria de investimentos. Já o Mercosul é o oitavo principal parceiro comercial extrarregional do bloco europeu.
No Brasil, o Rio Grande do Sul, em especial, deve ser bastante beneficiado, sobretudo no que se refere a produtos agrícolas, às carnes de frango e suína e aos setores metalúrgico e automotivo. Em 2023, o principal destino dos produtos gaúchos foi a China (24,5%), seguido pela UE (13,4%), indicador que, a partir da implementação do acordo, tende a subir.
Levando em conta que, para o Mercosul, os ganhos seriam de aumento do PIB de até 11,4 bilhões de euros (R$ 72,6 bilhões), não se pode negar que o acordo é extremamente benéfico às economias dos países que o compõem, com possibilidade de aumentar a competitividade, diversificar as produções e abrir oportunidades para aumento do emprego e da renda.

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