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Publicada em 20 de Novembro de 2024 às 18:43

O financiamento do clima, da COP29 ao G20

ARTE/JC
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No Rio de Janeiro, a Cúpula dos Líderes do G20 reuniu no Brasil as principais economias do planeta. Em Baku, no Azerbaijão, ocorre a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP29). Mesmo que com propósitos diferentes, em ambas as negociações climáticas são assunto em comum, fazendo com que a linha que separa os eventos seja tênue.
No Rio de Janeiro, a Cúpula dos Líderes do G20 reuniu no Brasil as principais economias do planeta. Em Baku, no Azerbaijão, ocorre a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP29). Mesmo que com propósitos diferentes, em ambas as negociações climáticas são assunto em comum, fazendo com que a linha que separa os eventos seja tênue.
O primeiro, um fórum de debates entre chefes de governo e de Estado de países industrializados e emergentes sobre a estabilidade econômica global.
O segundo, um encontro anual de países signatários da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima, no qual lideranças avaliam o progresso coletivo quanto aos objetivos de conter o aumento da temperatura média global, promover a adaptação à mudança do clima e meios de implementação.
No Brasil, até terça, estiveram reunidos líderes de países que representam 85% do Produto Interno Bruto (PIB) e 80% das emissões globais: Joe Biden, EUA; Xi Jinping, China; e Narendra Modi, Índia. No Azerbaijão, apenas vices, secretários de meio ambiente e uma delegação norte-americana esvaziada pela eleição de Donald Trump, que assume em 2025 prometendo se retirar de acordos sobre o clima.
Hoje, as mudanças climáticas são uma das maiores ameaças para a estabilidade econômica em nível mundial. Estudo do Instituto Potsdam, da Alemanha, publicado pela revista Nature, afirma que a diminuição de produtividade como efeito do clima pode resultar em uma retração de 19% a 29% na economia mundial até 2049.
O financiamento internacional de países em desenvolvimento - e que mais sofrem os efeitos das mudanças climáticas -, por aqueles que mais emitem gases do efeito estufa, precisa ser de US$ 1 a 1,5 trilhão para que as metas, entre elas limitar o pico do aquecimento global a 1,5°C, sejam cumpridas até 2030. Há um consenso de que nações mais ricas conseguiram alavancar suas economias com base, em larga medida, em seus históricos mais extensos de emissões .
Ao fim do G20, os líderes reconheceram a necessidade de ampliar rápida e substancialmente o financiamento climático, porém, sem nenhum comprometimento concreto, algo que era esperado pelos negociadores em Baku.
E, às véspera do fim da COP29, vários temas ainda enfrentam resistência, o que deixa delegados desanimados quanto a perspectivas futuras, mas principalmente os cerca de 6,87 bilhões de pessoas que vivem hoje nos 152 países em desenvolvimento - 85,5% da população mundial, que, com cada vez mais frequência, têm perdido bens por enxurradas e lavouras pela seca ou excesso de chuva.
 

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