O Brasil possui 10,3 milhões de mulheres donas de negócios, que já representam 34,4% do universo de proprietários de empreendimentos. Essa presença cada vez mais expressiva de mulheres no empreendedorismo tem gerado mudanças significativas no mercado, promovido a igualdade de gênero no mundo dos negócios e se mostrado uma força vital na economia.
Neste 19 de novembro, data em que se celebra o Dia do Empreendedorismo Feminino, é preciso reconhecer o papel essencial das mulheres para o sistema produtivo. De 2021 para 2022, conforme a pesquisa Empreendedorismo Feminino, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a quantidade de mulheres donas de negócios registrou aumento de 30%.
No Rio Grande do Sul, dados do primeiro trimestre de 2024 da Junta Comercial, Industrial e de Serviços, indicavam 700 mil empresas comandadas por mulheres, número 35% menor do que aquelas com homens na liderança (1,07 milhão).
É notório que o crescimento e o desenvolvimento econômico estão diretamente ligados às iniciativas de empreendedores, sobretudo das mulheres. Um reflexo disso é que a fatia de lares comandados por mulheres cresceu. Enquanto em 2010, 39% dos lares tinham elas como responsáveis, o Censo 2022 do IBGE 2022 mostrou que, agora, as mulheres são 49%. Os homens, que respondiam por 61%, agora estão à frente de 51% dos lares.
Os dados, de maneira geral, devem ser celebrados. Pesquisas mostram que uma maior representação feminina no mercado, mais do que contribuir significativamente para o consumo e para o crescimento econômico, é fundamental para a redução da pobreza familiar e o aumento do bem-estar de crianças. Isso ocorre porque as mulheres tendem a investir de maneira mais robusta em suas famílias, dando melhores condições de alimentação, saúde e educação.
Precisam ser reconhecidos, contudo, os desafios que as mulheres ainda enfrentam. A tripla jornada - criar os filhos e trabalhar dentro e fora de casa - é um dos principais entraves ao empreendedorismo.
Outros fatores desestimulantes são a burocracia e o difícil acesso a crédito. Pesquisa recente do Instituto Rede Mulher Empreendedora aponta que, em 2023, 42% das empreendedoras que solicitaram crédito tiveram seus pedidos negados.
Mudar esse panorama passa pela construção de um ambiente de negócios mais equânime, justo e inclusivo. A implementação de políticas públicas, com mentorias e acesso a modelos de negócios, além de uma rede de apoio eficaz, podem auxiliá-las a gerir melhor o empreendedorismo e a vida pessoal.