No sábado, 9 de novembro, é celebrado o Dia Mundial da Adoção. A data foi criada com finalidade de refletir, agilizar e promover campanhas de conscientização sobre o tema, além de lembrar à sociedade que existe um número considerável de crianças disponíveis para serem adotadas.
No Rio Grande do Sul, atualmente, 567 crianças e adolescentes estão aptos a terem uma nova família - 207 já vinculados a pretendentes. Menores de 2 anos de idade, faixa-etária com perfil mais procurado, representam 7,5% (43).
No Brasil, mais de 33,7 mil crianças e adolescentes vivem em lares de acolhimento institucional - 3.831 com menos de 2 anos de idade - e pouco mais de 5 mil estão aptos para serem adotados.
O perfil principal dos inseridos no sistema de adoção é composto por meninos (53%). A maioria (69,5%) é negra, sendo 2.631 (52,1%) identificados como pardos e 877 (17,4%) como pretos.
Em contrapartida, os abrigos têm um enorme contingente de menores que não atendem às preferências dos adotantes em idade, gênero e/ou raça. A grande parte dos disponíveis para adoção, tanto no Brasil, quanto no recorte do RS, são maiores de 16 anos - 5.056 e 144, respectivamente.
Os pretendentes no RS somam 3.574 e, boa parte (1,1 mil), deseja crianças de 2 a 4 anos. Apenas oito cadastrados se disponibilizaram a serem pais de adolescentes com mais de 16 anos de idade.
Evidentemente, existe um desequilíbrio entre pessoas que querem adotar e crianças e jovens que sonham em ser adotados.
O sonho de ser pai e/ou mãe é muito particular. Envolve extrema responsabilidade e uma carga emocional carregada de muitas expectativas e idealizações, como o desejo por adotar crianças que tenham os traços genéticos de seus familiares. Além de características específicas, muitos pretendentes buscam crianças com menos de 2 anos.
Menores que não correspondem a esse perfil, infelizmente, acabam passando mais tempo nos abrigos. E, aos 18 anos, sem experiência e convivência familiar, são obrigados a sair.
A mais recente ferramenta implantada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para estimular a adoção de menores que não têm o perfil mais desejado pelos cadastrados é a Busca Ativa Nacional. Por meio dela, pessoas e famílias cadastradas para adoção conseguem localizar informações pessoais, fotos e vídeos de crianças e adolescentes que enfrentam dificuldades para serem adotados. De acordo com o CNJ, em 2024, 307 das 3.409 adoções foram por busca ativa, o que representa cerca de 9% de todas as adoções realizadas nesse período.