Donald Trump volta à Casa Branca em 2025 para mais um mandato como presidente dos Estados Unidos. E de quebra, o republicano governará com maioria no Senado, na Câmara e na Suprema Corte. A situação é mais do que favorável para que ele leve adiante suas principais bandeiras nas áreas econômica, de imigração, de política externa e de direitos civis.
Trump fará de tudo para priorizar a indústria dos EUA. Esse fechamento econômico é um dos motivos que sua vitória, de modo geral, é vista por analistas como negativa para o Brasil. Há setores econômicos daqui, sobretudo os agrícolas, de biocombustíveis e de ferro e aço, que competem com os norte-americanos.
Se ele levar a cabo as medidas protecionistas prometidas na campanha, promoverá um aumento mais intenso das tarifas sobre produtos importados - entre 10% e 20%, incluindo as oriundas de nações aliadas, e em pelo menos 60% sobre as da China.
A conjuntura, nitidamente, não é apenas desfavorável para o Brasil, mas para a economia global, pois inibe o comércio entre nações, reduz o crescimento dos exportadores e pesa sobre as finanças públicas de todas as partes envolvidas.
O cerco aos asiáticos também pode incidir indiretamente no Brasil, já que um baque no comércio com os chineses reduziria a sua capacidade de comprar produtos brasileiros. Com as medidas em curso, é provável que a inflação nos EUA suba, forçando o Fed a manter os juros altos por mais tempo - o que fortalece o dólar.
Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. De janeiro a setembro, as exportações chegaram ao recorde de US$ 29,4 bilhões, um incremento de 10,3% sobre o mesmo período de 2023, enquanto as importações dos EUA chegaram a US$ 30,7 bilhões ( 6,2%).
Trump também é um negacionista das mudanças climáticas e vê, por exemplo, o Acordo de Paris como um impeditivo ao crescimento da economia. Em seus planos estão incentivar a produção de petróleo e carvão.
Na questão migratória, o plano é retirar 11 milhões de imigrantes dos EUA. Com isso, de acordo com o plano de Trump, haveria mais empregos para norte-americanos natos.
A vitória do republicano causa apreensão nos mercados emergentes, nos países endividados e na Europa, principalmente pelo que foi dito na campanha. Contudo, entre o que foi dito e o que será de fato colocado em prática, há uma distância. É preciso aguardar pelos desdobramentos da eleição e torcer para que a democracia, a paz e o bom-senso imperem.