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Publicada em 28 de Outubro de 2024 às 18:48

A eleição nos EUA e a flutuação cambial no Brasil

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Dentro de uma semana, em 5 de novembro, os eleitores norte-americanos irão às urnas escolher o novo presidente dos Estados Unidos. Uma disputa que sempre atrai a atenção mundial, não só pela importância da economia do país, cuja moeda, dólar, é a mais poderosa do mundo, mas também pela complexidade do processo.
Dentro de uma semana, em 5 de novembro, os eleitores norte-americanos irão às urnas escolher o novo presidente dos Estados Unidos. Uma disputa que sempre atrai a atenção mundial, não só pela importância da economia do país, cuja moeda, dólar, é a mais poderosa do mundo, mas também pela complexidade do processo.
Por lá, além de não serem utilizadas urnas eletrônicas e o voto não ser obrigatório, o sistema de escolha ocorre de forma indireta, ou seja, os votos são direcionados aos delegados, pessoas que votarão pelos eleitores em cada estado.
Pesquisas de intenções de votos continuam mostrando uma corrida acirrada entre o ex-presidente republicano Donald Trump e a vice-presidente democrata Kamala Harris. Algumas indicam empate, outras leve vantagem de um ou de outro. Uma situação que deixa os mercados voláteis.
Essa variação da moeda aumenta o preço das importações do Brasil e pressiona a inflação, além de frear o turismo de brasileiros aos EUA. Em 2023, o Brasil foi o quarto país no ranking de envio de turistas à terra do tio Sam, com 1,62 milhão de viajantes.
A notícia ruim é que uma possível vitória de Trump tende a valorizar o dólar no Brasil, enquanto com Kamala, segundo analistas do mercado financeiro, a tendência é que desvalorize. O aumento recente nas chances de o ex-presidente vencer é, inclusive, um dos fatores que fizeram o dólar ultrapassar os R$ 5,70 nos últimos dias.
As propostas econômicas do republicano, como o aumento de tarifas sobre produtos importados, o corte de impostos e a redução drástica da imigração, são vistas como fatores de inflação e de pressão sobre a dívida pública. Assim, o Banco Central dos EUA tende a evitar cortes maiores nos juros, mantendo o dólar valorizado.
Outra pressão sobre o real é a taxa contra importados, caso produtos do Brasil sejam atingidos. Hoje, os EUA são um dos maiores clientes brasileiros, importando 10,9% do que o País vende.
Os números do comércio exterior mostram que, no ano passado, os norte-americanos enviaram US$ 36,9 bilhões (R$ 209,06 bilhões) para o Brasil ao comprar produtos como petróleo, ferro e café.
A moeda é considerada uma espécie de porto-seguro e se valoriza nas incertezas. Por isso, o cenário geopolítico, com tensões em diferentes partes do globo e com os EUA sempre envolvidos em maior ou menor escala, também é um fator determinante.
Com Kamala e suas propostas de uma maior abertura comercial, a previsão é de que o dólar perca força, já que a tendência é de que a moeda se desvalorize em um cenário de cooperação internacional.
 

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