As intempéries climáticas de 2024, com chuvas em excesso no Sul e seca no Sudeste e Centro-Oeste, não impedirão que o Brasil colha 24 milhões de toneladas a mais de grão em relação à safra passada. Um cenário que se mostra mais do que favorável também no Rio Grande do Sul, alçando-o ao terceiro maior produtor do País, atrás de Mato Grosso e Paraná, com destaques para arroz e trigo.
O melhor desempenho, tanto em nível nacional quanto estadual, ficará por conta do trigo. A expectativa é colher 8,2 milhões de toneladas - 9% superior à anterior. Do montante, o RS será responsável por mais da metade do cereal colhido, com 4,2 milhões de toneladas.
A situação consolida os agricultores gaúchos na posição de maiores produtores do cereal no País, sobretudo por conta da perda de produtividade em lavouras do Paraná, com uma área plantada de 1,3 milhão de hectares.
De forma geral, o RS deve colher 38,3 milhões de toneladas de grãos na safra 2024/2025, maior resultado já alcançado nas lavouras desde o início da série histórica de acompanhamento da Companhia Nacional Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), iniciado em 1976/1977.
Evidentemente, o clima teve consequências sobre as lavouras gaúchas. Em relação ao milho, cultura que alimenta outros setores do agro, como a suinocultura, a redução deve chegar a 11,4% se comparada ao período anterior. O resultado se deve à redução da área de cultivo, consequência do período prolongado de chuvas, que limitou o avanço da semeadura.
Com recorde no trigo, crescimento expressivo no arroz e, mesmo avanço tímido no milho, a projeção de produção é de 322,4 milhões de toneladas, em 81,3 milhões de hectares semeados. Volume suficiente para atender integralmente o mercado interno.
No caminho até esta safra, tem grande relevância os investimentos que vêm sendo feitos nos últimos anos em agricultura de precisão, tecnologias e genética, culminando em aumento de produtividade sem que haja avanço sobre novas terras. Na safra 2024/2025, a expectativa é de um rendimento médio de 3,5 mil quilos por hectare no Brasil, o que representaria alta de 9,6% em relação ao desempenho das lavouras na colheita anterior.
As projeções do agronegócio para os próximos anos mostram um enorme potencial de crescimento do setor, que deverá ocorrer, principalmente, com base na produtividade. Contudo, para alcançar os resultados de que é capaz, é improrrogável ampliar os investimentos em pesquisa no agro brasileiro.