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Publicada em 17 de Outubro de 2024 às 18:56

Entraves à migração médica para municípios do Interior

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O Brasil atingiu uma média de 3,07 médicos para cada mil habitantes em 2024. Índice que supera Estados Unidos (2,7 por mil), Japão e Coreia do Sul (ambos com 2,6 por mil). A distribuição de profissionais pelo continental território nacional, porém, ainda é díspar, não atendendo a todos que de fato precisam de atenção em saúde.
O Brasil atingiu uma média de 3,07 médicos para cada mil habitantes em 2024. Índice que supera Estados Unidos (2,7 por mil), Japão e Coreia do Sul (ambos com 2,6 por mil). A distribuição de profissionais pelo continental território nacional, porém, ainda é díspar, não atendendo a todos que de fato precisam de atenção em saúde.
O contingente atual de médicos é oportuno em um País em que quase 75% da população brasileira depende do SUS e 25%, da saúde suplementar. Entretanto, as disparidades enormes na distribuição pelos 5.570 municípios brasileiros - mesmo com as medidas implementadas na última década - ainda são um entrave à prestação de assistência em saúde aos moradores dos cantos mais remotos.
O estudo Demografia Médica no Brasil, divulgado nesta semana, mostra que enquanto unidades da federação economicamente mais desenvolvidas apresentam um número significativo de profissionais, outras sofrem com a escassez, em especial nas cidades do Interior.
Atualmente, 52% dos médicos estão nas capitais, onde residem 23% dos brasileiros. Em contrapartida, 77% da população vive no Interior, mas apenas 48% dos médicos estão nessas áreas.
Desde o início da década de 1990, o número de médicos no Brasil mais que quadruplicou, passando de 131.278 para 575.930 - só de 2010, quando havia 304.406 profissionais registrados, para 2024, o crescimento foi de 89,19%. Muito disso se deve à abertura de escolas de Medicina, medida criticada por entidades médicas por não oferecer a qualidade necessária à formação, como hospitais universitários para o treinamento prático. Hoje são 389 escolas no País; em 1990 eram 78 - 498% a menos.
A capital com o maior número de médicos é Vitória (ES), com 18,7 por mil habitantes. Já no interior daquele estado são 2,25 profissionais por mil pessoas. Na sequência vem Porto Alegre, com 11,85 médicos por mil, contra 2,26 observado no interior do RS.
A falta de uma infraestrutura ampla, que vá além de questões ligadas ao trabalho, como acesso a exames e leitos, e que inclua boas condições de vida, é uma das causas apontadas para a má distribuição. Os dados mostram que estados que adotam políticas voltadas para o desenvolvimento de planos de carreira têm maiores chances de mobilizar médicos.
Uma mudança passa, é claro, pelo estímulo de políticas públicas para a migração e a fixação em áreas distantes ou de difícil provimento. Mas isso também depende de diálogo, sobretudo entre secretarias municipais e estaduais de Saúde, responsáveis pela contratação dos médicos.
 

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