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Publicada em 13 de Outubro de 2024 às 19:20

Redução populacional e suas consequências para a economia

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As últimas projeções populacionais divulgadas pelo IBGE indicam que o Rio Grande do Sul deve chegar ao ano de 2070 com uma população 18,9% menor do que a estimada em 2024, o maior recuo do Brasil. Igualmente, a previsão é de que a redução do número de nascimentos seja expressiva no RS (-46,6%), com queda já em 2027.
As últimas projeções populacionais divulgadas pelo IBGE indicam que o Rio Grande do Sul deve chegar ao ano de 2070 com uma população 18,9% menor do que a estimada em 2024, o maior recuo do Brasil. Igualmente, a previsão é de que a redução do número de nascimentos seja expressiva no RS (-46,6%), com queda já em 2027.
Com a projeção de envelhecimento e a consequente redução da população economicamente ativa, o que tende a jogar a produtividade para baixo, o Brasil deve ter como um de seus focos trabalhar para reverter essa situação.
É preciso salientar que tal projeção do cenário demográfico não é uma exclusividade do Brasil. Em países da Europa e da Ásia, os efeitos do envelhecimento da população já estão em curso. Por lá, entre as medidas adotadas para aumentar a taxa de natalidade estão as compensações financeiras, que não têm surtido os efeitos esperados.
Até 2070, certamente o mundo deve passar por diversas mudanças e uma série de variáveis pode afetar essa projeção. Porém, mesmo que o período se mostre longo, a adoção de políticas públicas para reverter o quadro precisa começar agora, sob pena de a economia sofrer com desaceleração do crescimento e diminuição da produtividade.
No Brasil, o aumento da produtividade da mão de obra já é considerado um gargalo histórico, que, somado à infraestruturas precárias em segmentos logísticos, por exemplo, deixam o País ineficiente.
Um panorama da situação é apresentado pelo Observatório da Produtividade Regis Bonelli, da FGV Ibre. Entre 1981 e 2023, enquanto a renda per capita cresceu 0,9% ao ano, a produtividade por hora trabalhada avançou 0,5% a.a. Importante destacar que em períodos de maior crescimento da renda houve avanço significativo da produtividade.
Já em um recorte 2010-2023, o setor de serviços - representa um terço do PIB e é essencial para o desenvolvimento econômico-, apresentou queda de 0,3% ao ano na produtividade geral por hora trabalhada.
Na indústria, a elevação no mesmo período alcançou apenas 0,1% ao ano. O crescimento mais expressivo no recorte de 2010 a 2023 foi puxado pelo agronegócio, com alta anual de 5,8%.
Os últimos dados de produtividade acrescidos das projeções de população configuram um cenário nada promissor. O caminho talvez passe pela diversificação da economia e pelo reforço de infraestruturas, mas, antes disso, é preciso pensar em como incentivar que não falte a mão de obra necessária.
 

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