A produção das carnes suína e de frango está em alta no Brasil, tanto para atender ao mercado externo quanto ao interno. E essa demanda internacional aquecida, somada a um bom ritmo nacional pode levar a produção de ambas as proteínas a um novo recorde em 2025.
Em 2024, o agronegócio brasileiro passou a ter acesso a 119 novos mercados. Lá fora, o crescimento se deu, principalmente pela abertura de alguns países a produtos brasileiros. Para suínos, o último deles foi a Malásia. Para frangos, Papua Nova Guiné.
Naturalmente, em um mercado competitivo, cada detalhe conta. Por isso, foi bem-vinda e oportuna a decisão das Filipinas, anunciada em março, de reconhecer a equivalência de sistemas de inspeção sanitária para as exportações brasileiras de carnes bovina, suína e de aves.
Aproveitando o ensejo, em junho o RS fez o primeiro embarque ao país asiático de cortes suínos oriundos de frigoríficos de Santo Ângelo e Santa Rosa.
Um mês depois, a nação asiática, terceira maior importadora de carne de porco do Brasil - a primeira é a China -, ajudou o País a bater um recorde. Se tornou o principal destino da proteína, com 27,2 mil toneladas, montante 137,5% maior do que o registrado no mesmo período do ano anterior, quando foram embarcadas 11,4 mil toneladas.
Países da América Latina, como Chile, México e Argentina igualmente estão incrementando suas demandas por produtos brasileiros. O mesmo vale para o Japão.
O panorama, aliado a uma conjuntura de custos controlados, fruto de menores patamares de preços de grãos, é favorável e tem tudo para fazer as carnes suína e de frango baterem um novo recorde em 2025. Somente a boa produção projetada para frangos possibilitará que as vendas ao mercado externo aumentem cerca de 1,9% quando comparado com o volume de embarques esperado para 2024.
A projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a carne suína é de produção de 5,45 milhões de toneladas - em 2023 foi de 5,3 milhões de toneladas. Já para a carne de frango, chega a 15,51 milhões de toneladas - foram 14 milhões no ano passado.
Pretensão que, se concretizada, deve ter uma parcela considerável de contribuição do RS, hoje o segundo maior exportador de suínos e terceiro maior de frango. Para isso, é preciso ajustar o calado do Porto de Rio Grande.
Em setembro, por exemplo, houve redução de 25,6 mil toneladas nos embarques de cortes de suínos, muito em razão da dificuldade de navegabilidade, já que, principalmente para a Ásia, são utilizados navios maiores.