O ato de votar, de uma pessoa escolher de forma particular o candidato cujas propostas são mais próximas a seus princípios, é considerado como uma condição essencial à democracia. É mais do que um direito, é um dever que cada cidadão tem com a coletividade ao escolher representantes e governantes que fazem e executam as leis que irão interferir diretamente na vida de todos, sobretudo quando o que está em jogo é o futuro das cidades em que vivem.
Em um País com tantos políticos envolvidos em escândalos, com alta cobrança de impostos, sem que o retorno em educação, segurança e saúde estejam à altura, e com uma enorme desigualdade social, as abstenções crescentes nos últimos pleitos refletem a insatisfação com políticos, partidos e governos, de que os apelos por solução para problemas históricos não estão sendo ouvidos.
Na eleição deste domingo, 6 de outubro, 155,9 milhões de eleitores, em 5.569 municípios do País, estão aptos a escolher representantes para as prefeituras e câmaras municipais de suas cidades. No Rio Grande do Sul, são 8,6 milhões aptos em 497 municípios - aumento de 3,08% em relação à última eleição municipal, em 2020.
Para além de obrigatório, vários argumentos podem ser usados para fazer com que o eleitor saia de casa para exercer sua cidadania. O primeiro deles é entender o voto como um ato democrático.
Aqueles que não acreditam que sua escolha pode mudar o cenário, precisam considerar o fato de que, apesar da indignação, o voto ainda é o maior dos atos de protestos quando o assunto é garantir melhores condições sociais e econômicas para os habitantes de sua cidade. Por isso, não votar ou votar em branco, é lavar as mãos quanto ao próprio futuro.
Contudo, o voto não deve ser dado com base em promessas fáceis, como forma de protesto ou de retaliação. Uma maior noção sobre as eleições passa, principalmente, pelo voto consciente, pela compreensão de que são os prefeitos e vereadores eleitos que irão elaborar e executar as leis que interferem direta e indiretamente na vida de todos.
Na escolha sobre quem votar devem pesar as propostas apresentadas, se são claras e viáveis, o envolvimento do candidato com a comunidade, e o comprometimento com o desenvolvimento e a transparência.
Nunca é demais lembrar ao eleitor que a palavra democracia deriva justamente das palavras gregas demo (povo) e kratos (poder), ou seja, é ele que tem o poder de escolher. Uma escolha que, de forma consciente, é um forte instrumento de mudança política, social e econômica.