Uma boa notícia para o Rio Grande do Sul após os eventos climáticos de maio que atrasaram ou suspenderam vários investimentos no Estado. A Aeromot confirmou o início das obras do complexo aeroviário AeroCiti, em Guaíba, para 2025. O aporte na fase inicial será de R$ 300 milhões. Ao todo, a previsão é que em dez anos, os valores cheguem a R$ 3 bilhões.
Já o projeto 'Fábrica Ponte', em um hangar no Aeroporto Salgado Filho, foi suspenso devido à inundação da área. As aeronaves DA62 bimotor de sete lugares seriam montadas, provisoriamente, no local já a partir do segundo semestre de 2024. Os planos, porém, foram revistos e, até que o AeroCiti seja concluído, os aviões da Diamond serão fabricados na Áustria e no Canadá.
A fabricação em solo gaúcho será viabilizada apenas com o fim das obras, cuja primeira fase contemplará uma pista e o hangar da Aeromot. Haverá capacidade de produção de até 100 aeronaves por ano, com 1,5 mil empregos diretos e indiretos desde a fase de obras.
O modelo DA62 é referência no mercado em termos de tecnologia, segurança e economia. No Brasil, desde 2020, já representa mais de 86% das entregas de bimotores a pistão - fator determinante para a vinda da fábrica para o País. Entre os motivos da escolha do RS está a descentralização do mercado, hoje concentrado em São Paulo.
A fábrica, junto a investimentos de outras empresas (CMPC, Toyota e Lebes) em Guaíba, promete colocá-la em um novo patamar econômico. O PIB da cidade é de R$ 8,3 bilhões (2021), o 13° do RS. O objetivo é tornar-se entre a 5ª e 6ª economia do Estado em poucos anos. Somente com a Aeromot, a estimativa é de que, nos próximos 10 anos, a arrecadação ganhe um incremento de pelo menos 30%.
O local onde será erguida é emblemático: o terreno onde, na década de 1990, seria instalada uma fábrica da Ford, junto à BR-116. Lá já funcionam outros empreendimentos. Entre eles estão o Centro de Distribuição da Toyota e o primeiro espaço do Ecossistema Logístico do Grupo Lebes (Ellosul) - o maior complexo privado do tipo no RS -, previsto para operar a pleno a partir de 2029. A expectativa é que sejam gerados 3 mil empregos diretos e, pelo menos, mais o dobro em indiretos.
Atualmente, a montadora japonesa responde por mais de 40% da arrecadação municipal e há negociações para que a planta seja ampliada.
A atração de iniciativas como a da Aeromot é o que o RS precisa para atravessar o difícil momento. O povo gaúcho é empreendedor, mas é papel do Estado garantir um ambiente favorável para quem quer investir e empreender aqui.