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Publicada em 17 de Setembro de 2024 às 17:51

Estocagem de grãos e o crescimento da produtividade

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O Rio Grande do Sul responde hoje por cerca de 13% da produção nacional de grãos, sendo o maior produtor de arroz do País, o segundo maior em soja, além de possuir grande relevância em trigo. Porém, um investimento considerado fundamental para agregar valor à produção agrícola no RS, que é a armazenagem de grãos, enfrenta um déficit histórico.
O Rio Grande do Sul responde hoje por cerca de 13% da produção nacional de grãos, sendo o maior produtor de arroz do País, o segundo maior em soja, além de possuir grande relevância em trigo. Porém, um investimento considerado fundamental para agregar valor à produção agrícola no RS, que é a armazenagem de grãos, enfrenta um déficit histórico.
O Estado hoje fica em terceiro lugar entre os principais produtores de grãos do Brasil, atrás apenas do Mato Grosso e do Paraná. Somente na safra 2023/2024, o volume deve chegar a 37,1 milhões de toneladas. O desempenho é 34,5% superior ao da safra anterior, com 27,6 milhões de toneladas.
A despeito das adversidades climáticas, com períodos de seca e chuvas em excesso em 2023, as lavouras apresentaram um desempenho melhor do que na safra anterior, o que justifica esse resultado na produção gaúcha. A área plantada nesta safra soma 10,4 milhões de hectares, uma elevação de 1%.
Entre as principais culturas, todas seguem apresentando alta na produção no Estado. O crescimento é de 51% na soja, de 44,5% no trigo, de 30% no milho e de 3,3% no arroz. Quanto ao tamanho das lavouras, o crescimento foi de 3,2% na área plantada com soja e de 4,4% na área com arroz. Já as áreas de trigo e milho tiveram redução de, respectivamente, 10,6% e 2%.
Contudo, a capacidade de estocagem para acolher e administrar essa produção em elevação não cresce no mesmo ritmo, aumentando, ano após ano, a pressão sobre o escoamento do que é produzido.
O Estado possui o maior número de estabelecimentos de armazenagem (2.387), com capacidade para 37,7 milhões de toneladas, seguido por Mato Grosso (1.621), que possui a maior capacidade de armazenagem do País (55,5 milhões de toneladas).
A qualidade do grão depende de como ele é armazenado. É preciso que os silos mantenham as condições de temperatura, umidade relativa do ar e teor de água em equilíbrio. Hoje, há uma defasagem na oferta de locais do tipo não apenas no RS, mas no Brasil como um todo. Um dos principais entraves é que os recursos oficiais para financiamento estão muito abaixo do volume ideal, o que faz com que produtores, cerealistas e cooperativas enfrentem dificuldades em investir no setor.
A estimativa é de que seriam necessários cerca de
R$ 100 bilhões somente para atualizar a capacidade de estocagem do País. Aporte mais do que necessário para continuar dando ao Brasil capacidade de competitividade, mas que o governo federal alega não ter condições de investir.
 

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